Comunicação Social [Turma 2004]

Apontamentos e notas dos alunos do curso de Comunicação Social (turma de 2004) da Escola Superior de Tecnologias de Abrantes - IPT.

segunda-feira, junho 26, 2006

Géneros jornalisticos - 2º semestre
Voz do Público
(Apontamentos de Vera Inácio - Retirados do video apresentado na aula. Notifiquem-me em caso de gafe, sffv.)


Desde já uma nota a um erro frequente: VOZ DO PÚBLICO é diferente de OPINIÃO PUBLICA.
São matérias que nos foram apresentadas em cadeiras diferentes, por isso não confundam porque estamos em Géneros Jornalisticos e não em Ética e Deontologia.

As cartas do leitor são uma secção que está presente em quase todas as publicações jornalísticas (sejam elas jornais ou revistas).

Em algumas chama-se cartas do leitor, noutras cartas ao director, mas a ideia principal encerra em si o mesmo fim.

Segundo Artur Sardinha, responsável pela secção “Tribuna Livre”, no Diário de notícias, este tipo de vinculo entre o jornal e o leitor é fidelizante, faz o leitor sentir-se mais próximo e mostra que afinal de contas o que este pensa também é importante.

São dezenas as cartas que chegam todos os dias a redacção do DN, o que exige uma triagem e um tratamento das cartas escolhidas. As cartas são escolhidas e publicadas num critério de bom senso, por exemplo, não publicando difamações. O equilíbrio e a diversidade de pontos de vista são questões interessantes para publicação. É sempre curioso por vários pontos de vista em “confronto”, salientando prós e contras.
(O facto de serem ou não enviados por correio electrónico também pode fazer a diferença, visto que por vezes é complicado arranjar profissionais que tenham tempo ou estejam dispostos a bater o texto das cartas que chegam as redacções).

Artur sardinha afirma que as regras mais importantes no tratamento das cartas recebidas são o respeito do sentido e ideias iniciais da carta, mantende a fidelidade inicial do documento. Só em ultimo caso o documento deve ser alterado, e deve haver uma justificação para que isso aconteça, como por exemplo a iletracia do autor da carta que prejudicariam a leitura e percepção da mesma.

Quanto á garantia de identificação das pessoas, à algum tempo atrás era costume os jornais e revistas pedirem confirmação da veracidade da carta através do envio do bilhete de identidade do seu autor, mas hoje em dia essa prática já está em vias de extinção. O DN apenas exige o nome e a morada do autor da carta, sabendo que é sempre difícil garantir a veracidade da autoria da carta ou a sua credibilidade. Quando o procedimento é efectuado por correio electrónico as exigências são as mesmas que se praticam no escrito (Nome e Morada).
O responsável pela “Tribuna Livre” admite que já ocorreram casos em que o tratamento da(s) carta(s) não foi o melhor e o seu conteúdo foi equivocamente adulterado. Neste tipo de casos o jornal limita-se a pedir desculpas ao leitor e rectificar o erro.

Em caso de informação importante ou indicio de notícia, as cartas podem e deve ser aproveitadas para a realização de uma confirmação de veracidade e uma possível investigação ou realização de texto jornalístico.

Lucília Santos, responsável pelas “Cartas ao Director” do jornal Público certifica que O jornal reserva-se ao direito de selecção. Alguns dos critérios para a selecção de cartas são a actualidade da sua temática, e o respeito para com o leitor, o uso de linguagem correcta (evitar palavrões)…
(O Publico restringe o espaço das cartas do leitor a 4 000 caracteres.)

Este jornal segue a linha do anterior entrevistado quando não realiza nenhum processo em especial para a identificação dos leitores que lhes enviam cartas.
A respeito da escolha de textos, a publicação numa medida de precaução, não publica textos suspeitos ou que corram o risco de causar problemas tanto para o jornal como para o leitor.

O direito de resposta não sai no espaço das cartas do leitor, mas sim na secção em que o artigo que ofendeu o leitor se encontrava. Por exemplo, um direito de resposta relacionado com desporto, deverá ficar na secção de desporto.