Fotojornalismo - Leonardo Da Vinci e Bayard
Aqui estão mais alguns apontamentos disponibilizados pelo Dr. José Soudo, regente da cadeira de Fotojornalismo, que nos tem propiciado momentos muito interessantes na descoberta do fascinante mundo da fotografia. Estes apontamentos, mais os da História da Fotografia (previamente publicado) mais uns que publicarei em breve são o guia de estudo.
Está feito o aviso,
O Representante de turma,
Tiago Lopes
Leonardo Da Vinci e a Fotografia
Nos tempos actuais que se pretendem da cibernáutica, não temos duvidas em associar a actividade fotográfica, aos primeiros anos de século XIX, e a nomes de pioneiros como Joseph-Nicéphore Niépce ou Fox Talbot ou Daguerre ou Hyppolyte Bayard, entre tantos outros provavelmente menos conhecidos.
No entanto, raramente associamos a fotografia, ao quarto escuro de desenhar, utilizado, por exemplo, por Leonardo da Vinci, nos últimos anos do século XV, ou seja, ao conceito da Camera Obscura.
Da Vinci descreveu, no Codex Atlanticus, o princípio físico que lhe está associado:
“Quando as imagens dos objectos iluminados penetram num compartimento escuro, através de um pequeno orifício e se recebem sobre um papel branco situado a uma certa distância desse orifício, vêem-se, no papel, os objectos invertidos com as suas formas e cores próprias.”
O compartimento mencionado recebeu o nome de Camera Obscura, isto é, quarto escuro ou casa escura em latim.
(in : “Historia da Fotografia” de Rómulo de Carvalho -ed. Atlântida- Coimbra-1960).
Mais ainda, há fortes indícios que levam os investigadores ingleses, Lynn Picknett e Clive Prince, assim como a italiana Maria Consolata Corti, a especularem sobre a hipótese de da Vinci, ter sido capaz de produzir material fotossensível, fazendo uma mistura de clara de ovo com saís de amónio com sumo de limão e com urina – todos estes materiais, muito comuns no trabalho dos pintores Renascentistas – e com essa emulsão barrada numa tela colocada na parte posterior do quarto escuro de desenhar, ter tido uma intervenção directa na execução, daquilo que é “o mais importante objecto religioso, artístico e científico de sempre” - O Santo Sudário. (in : Expresso – Revista de 29/8/1998)
Se assim foi, há muito para rever e repensar nestes tempos preparatórios do 3º milénio.
Bayard o afogado/ Bayard o ignorado
De novo às voltas com as questões dos suportes digitais e os seus caminhos evolutivos para o futuro, relembro uma pequena história política, que poderia ter dado consequências diferentes no evoluir da fotografia, só que não deu.
De novo às voltas com as questões dos suportes digitais e os seus caminhos evolutivos para o futuro, relembro uma pequena história política, que poderia ter dado consequências diferentes no evoluir da fotografia, só que não deu.
Esta história do século XIX é duma época em que tudo era novidade e experimentação. Como agora. O físico Arago, deu mais ouvidos e importância ao processo fotográfico de Daguerre e ignorou quase por completo, o projecto que lhe foi apresentado por Bayard. Razões políticas, morais, afectivas e outras, motivaram Arago nas suas decisões.
A propósito, o Bayard de que vos falo, nada tem a ver com o das pastilhas para a tosse ou para a constipação. Este é outro. Talvez mais discreto. Empenhado noutro tipo de actividades, capaz de inventar um processo fotográfico ultra rápido para a época e com possibilidade de produzir positivos directos após a processamento químico. Uma espécie de Polaroid do século XIX.
Quando Arago tomou a decisão de só apresentar na Academia de Ciências de Paris o processo de Daguerre, estava longe de imaginar que ia ser responsável pela execução da primeira imagem fotográfica encenada da história contemporânea marcando definitivamente o sentido da evolução da actividade fotográfica.
Bayard reagiu com desgosto ao reconhecimento público pelo Estado Francês em relação à nova arte de desenhar designada por daguerreotipia.
“Desenho obtido pela luz ou processo segundo o qual os objectos por sí mesmo se desenharão sem socorro do lapíz” (in Revista Litterária, Porto, 1839)
Este reconhecimento aconteceu após a célebre assembleia da Academia de Ciências e de Belas-Artes em Paris a 19 de Agosto de 1839.
Bayard em 18 de Outubro de 1840, encenou a sua morte por afogamento, executou um auto-retrato e acompanhou-o do seguinte texto :
“O corpo do cavalheiro pertence ao Sr. Bayard, inventor deste maravilhoso processo que está a ver. Tanto quanto se sabe, este infatigável pesquisador, demorou três anos em investigações.
Embora ele considere os seus desenhos imperfeitos, quer a Academia, quer o Rei, assim como todos os outros que os viram, ficaram profundamente admirados, o que muito o honrou.No entanto, o governo tudo deu ao Sr. Daguerre e afirmou que nada poderia dar ao Sr. Bayard. Por esse motivo o pobre afogou-se.”
Em abono da verdade se diga que Bayard não se afogou, apenas simulou a sua morte como manifesto político. Daguerre em contra partida ficou com uma pensão vitalícia e viveu à grande e à francesa, o que não é de espantar pois o mesmo residia em Paris.
Quanto a Bayard, converteu-se à daguerreotipia.
Vissicitudes do destino.
Quando Arago tomou a decisão de só apresentar na Academia de Ciências de Paris o processo de Daguerre, estava longe de imaginar que ia ser responsável pela execução da primeira imagem fotográfica encenada da história contemporânea marcando definitivamente o sentido da evolução da actividade fotográfica.
Bayard reagiu com desgosto ao reconhecimento público pelo Estado Francês em relação à nova arte de desenhar designada por daguerreotipia.
“Desenho obtido pela luz ou processo segundo o qual os objectos por sí mesmo se desenharão sem socorro do lapíz” (in Revista Litterária, Porto, 1839)
Este reconhecimento aconteceu após a célebre assembleia da Academia de Ciências e de Belas-Artes em Paris a 19 de Agosto de 1839.
Bayard em 18 de Outubro de 1840, encenou a sua morte por afogamento, executou um auto-retrato e acompanhou-o do seguinte texto :
“O corpo do cavalheiro pertence ao Sr. Bayard, inventor deste maravilhoso processo que está a ver. Tanto quanto se sabe, este infatigável pesquisador, demorou três anos em investigações.
Embora ele considere os seus desenhos imperfeitos, quer a Academia, quer o Rei, assim como todos os outros que os viram, ficaram profundamente admirados, o que muito o honrou.No entanto, o governo tudo deu ao Sr. Daguerre e afirmou que nada poderia dar ao Sr. Bayard. Por esse motivo o pobre afogou-se.”
Em abono da verdade se diga que Bayard não se afogou, apenas simulou a sua morte como manifesto político. Daguerre em contra partida ficou com uma pensão vitalícia e viveu à grande e à francesa, o que não é de espantar pois o mesmo residia em Paris.
Quanto a Bayard, converteu-se à daguerreotipia.
Vissicitudes do destino.
1 Comments:
At 16 março, 2007 10:33, Unknown said…
Thanks. I will visit your blog soon
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