Comunicação Social [Turma 2004]

Apontamentos e notas dos alunos do curso de Comunicação Social (turma de 2004) da Escola Superior de Tecnologias de Abrantes - IPT.

sexta-feira, junho 29, 2007

Fotojornalismo

Não se esqueçam que hoje o Dr. José Soudo irá estar por Abrantes para tirarmos as últimas dúvidas com o docente, em relação a cadeira de Fotojornalismo. Embora estivesse inicialmente marcado para as 14h o docente só poderá estar na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes pelas 15h30 ou 16h, por motivos de realização de um momento de avaliação em Tomar. O ponto de encontro será no átrio da ESTA, junto ao Representante de Turma, que indicará qual a sala disponível.
Representante de Turma,
Tiago Lopes

quarta-feira, junho 27, 2007

BOA SORTE

A primeira fase das avaliações, deste ano, chegou ao fim. As notas das frequências começam a sair aos poucos, para felicidade de uns e desespero de outros. Agora começam os exames. Venho então desejar BOA SORTE a todos os que vão fazer exames. Qualquer coisa que precisem de mim é só pedir.
Queria também mandar um beijinhos às nossas meninas que regressaram de Erasmus. As portuguesas mais latinas da ESTA: Adriana Fonseca e Inês Vacas; e as mulheres vindas de Leste: Madalena Gonçalves e Miriam Katyuska! Sejam bem vindas. Qualquer coisa que precisem de nós é so avisarem.
Amanhã irá decorrer, pelas 10h30, mais uma reunião do Conselho Pedagógico, com vista a ser aprovado o novo Regulamento Académico da ESTA. Eu depois contarei todas as novidades. Relembro que amanhã decorrerá também no Auditório, da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, a tomada de posse dos novos órgãos sociais, da nossa Associação de Estudantes. O nosso colega João Ademar é o novo Presidente da AEESTA, a partir de amanhã. Quem puder e quiser aparecer, já sabe.
O Representante de Turma,
Tiago Lopes

sexta-feira, junho 22, 2007

Sebenta de História Diplomática Portuguesa

Aqui está a sebenta de História Diplomática Portuguesa, para quem não a tiver. A Sebenta aqui publicada não incluiu os tres esquemas de casamento e geneologia por motivos tecnicos, mas essa omissão em nada prejudica o estudo global das matérias em questão. Muito boa sorte para todos. O final das frequencias está muito proximo!
O Representante de Turma,
Tiago Lopes
ÍNDICE

De D. Maria I (1777 – 1816) à Regência de D. João VI (1792 – 1816)
Liberalismo e o governo de D. João VI (1816 – 1826)
Do Setembrismo à Regeneração (1826 – 1851)
Ligações políticas entre Portugal e Espanha
A Europa e os Ciclos Revolucionários (1830 – 1848)
D. Maria II e a Regeneração (1851 – 1868)
Reinado breve de D. Pedro V (1853 – 1861)
O Popular, D. Luís I (1861 – 1889)
Ligações políticas entre Portugal e a França e entre Portugal e a Itália
A modificação profunda do mapa político europeu (1866 – 1874)
O interesse Europeu em África (1875 – 1890)


O uso desta sebenta não substitui a ida às aulas de História Diplomática Portuguesa. Não se pretende tornar esta sebenta no guia de estudo oficial. Esta sebenta resulta de uma compilação de apontamentos, servindo como ponto de partida a um estudo mais aprofundado de todas as matérias aqui desenvolvidas. Feitos os devidos esclarecimentos desejamos a todos os colegas Boa sorte!

De D. Maria I (1777 – 1816) à Regência de D. João VI (1792 – 1816)

Com D. Maria I somos confrontados com a Revolução Francesa (1789). Cria-se uma coligação internacional contra o poderio francês, na qual se aliam Portugal e Espanha [Convenção de Madrid, 15 de Julho de 1793]. Ocorre a Campanha de Rossillon (sul de França) na qual Portugal e a Espanha participam; os espanhóis mudam de facção[1] deixando os portugueses sozinhos, no combate contra a França.
Por culpa da participação na Campanha do Rossillon Portugal recebe uma série de ameaças. Estas ameaças concretizam-se na intervenção militar dos espanhóis, na célebre Guerra das Laranjas[2]. A falta de condições para responder à ofensiva conjunta franco-espanhola, levou a que o país aceitasse as exigências de Espanha.
A França, que assinara um acordo com Espanha[3], envia um embaixador, general Lannes, a Portugal, de forma a fazerem cumprir-se as prerrogativas do Estado francês, especialmente na questão do Mercado Negro. Pina Manique, na qualidade de Director Geral das Alfândegas, tentou travar os abusos do diplomata francês!
França responde à ofensiva de Pina Manique com um ultimato: ou Pina Manique é afastado, ou Portugal iniciaria um novo período de litígio com a França. A ausência de uma força militar eficaz e de apoios internacionais leva D. João VI (Príncipe Regente) a ceder: Pina Manique é afastado.

Portugal é confrontado com uma decisão diplomática: escolher entre a França e a Inglaterra, como aliados! A questão torna-se mais complicada a partir de 1807 com a Batalha Marítima que permite à Inglaterra controlar os mares. Desta Batalha Marítima resulta ainda um tratado [Paz de Tilsit[4]] entre a França (Napoleão I), a Rússia (Czar Alexandre I) e a Prússia (Frederico Guilherme III).
A Paz de Tilsit estabelece uma aliança que se opõe à Inglaterra e que divide a Europa em dias áreas de influência: a Europa Ocidental que estaria sobre a esfera de influência francesa; a Europa Oriental que estaria sobre a esfera de influência russa. A Europa assiste a uma divisão dos domínios: se territorialmente está dominada pelo poderio francês; nos mares impera o poderio inglês. Portugal, como Estado Europeu e potência colonial, passa a viver uma situação de duplo impasse:
1.) Estabelecer aliança com a França – com esta aliança o risco de uma invasão por parte da Inglaterra era enorme, com todas as desvantagens económicas que isso representa. 2.) Estabelecer aliança com a Inglaterra – risco de invasão espanhola apoiada pela França.
Qual a solução? D. João VI vai seguir uma solução de não resolução do duplo impasse, através do adiamento de uma tomada de decisão, arrastando a situação até 1806. Napoleão I exasperado com a indefinição portuguesa lança um ultimato: Portugal teria que firmar, de uma vez, uma posição diplomática. Napoleão da ordens para se intervir e invadir Portugal!
Com a pressão de tomar uma posição rapidamente D. João VI envia os seus emissários a França, para darem mostras do apoio português. Os emissários portugueses desencontram-se das forças invasoras francesas. Portugal firma um Tratado com a França e, ao mesmo tempo, firma um Tratado Secreto com a Inglaterra.
Entretanto urge a questão de salvar a Corte e a Família Real Portuguesa dos invasores franceses. A Madeira foi a primeira solução, mas a sua relativa proximidade torna-a uma opção pouco segura. Opta-se pelo Brasil, quer pela distância, quer pela sua dimensão (esconder a Família Real e a Corte no Brasil era mais fácil).
Três dias antes da chegada das tropas francesas a Corte e a Família Real Portuguesa fogem para o Brasil, sob o patrocínio das forças inglesas. Entretanto surgem novas questões diplomáticas: Portugal é invadido por Junot, estando as forças militares nacionais sob a alçada das decisões dos generais ingleses (Beresford).
Em Espanha ocorre uma inversão da situação diplomática. Napoleão I manda internar os Reis de Espanha e coloca o seu irmão José Bonaparte no trono espanhol, sob a designação de D. José Bonaparte I, Rei de Espanha. O povo de Espanha revolta-se com a decisão francesa!

Liberalismo no governo de D. João VI (1816 – 1826)

O sistema colonial português acabou por nunca vingar porque, durante o século XVIII, porque o sistema em uso era o da preponderância da Nação-Mãe (metrópole) sobre as colónias. O comércio era feito exclusivamente com a Nação-Mãe e não no Brasil. Portugal tornara-se, desta forma, num interposto de múltiplos negócios coloniais.
Quando a coroa regressasse a Portugal, interessava aos ingleses uma separação económica e política de Portugal e do Brasil. O Brasil é erigido ao Estatuto de Nação, passando a gozar de uma nova situação diplomática. Com a queda do Império Francês, no Congresso de Viena, surge uma nova questão: A Inglaterra quer que a Família Real retorne a Portugal, contra a vontade de D. João VI.
A recusa de D. João VI prende-se com a consciência do monarca, do crescimento de vários focos de guerras independentistas, que surgem, um pouco, por toda a América do Sul. D. João VI pensa salvaguardar a questão brasileira tornando-a uma Nação, à semelhança de Portugal.

O período de 1814 a 1820 é um período de problemas para Portugal
1.) Salvaguarda da unidade do Império da Casa de Bragança, caso surja um foco de independência do Brasil
2.) Problemas de definição de fronteiras com Espanha. De 1817 a 1820 surgem preocupações constantes, com o risco de “rebentar” uma guerra entre Portugal e a Espanha
3.) Os ingleses estão em território nacional e um deles (Beresford) faz parte da Regência e comanda o exército português

Em 1820 (Revolução Liberal) a situação internacional altera-se. Em Espanha ocorre, em 1 de Janeiro, a Revolta de Cádis. Com a Revolta de Cádis dissipam-se os focos de tensão entre Espanha e Portugal. Os exércitos espanhóis já não seguem para a América do Sul, porque as colónias espanholas estão a tornar-se independentes.
Surgem outras questões: 1.) Qual o novo envolvimento diplomático de Portugal, com a Espanha? 2.) Qual a influência das ideias revolucionárias de Espanha em Portugal? Estas ideias vêm de encontro ao descontentamento português que tinha origem na ausência da Família Real e no sentimento de que Portugal se tornara uma colónia do Brasil.
A ausência do Rei em Portugal poderia conduzir a uma Revolta Liberal muito semelhante à que se dera na vizinha Espanha. Entre 1821 e 1825 Portugal tem um outro problema em mãos: Como reconhecer o Brasil como Estado Independente? A Independência do Brasil consuma-se em 1825 e o rei D. João VI morre em 1826 (há quem suponha um envenenamento do Rei).

Do Setembrismo à Regeneração (1826 – 1851)

Com a morte do Rei D. João VI em 1826 coloca-se em Portugal o problema da sucessão ao trono. Quem poderia ascender ao trono português? D. Pedro (o legítimo herdeiro) rebelara-se contra Portugal e proclamara-se I Imperador do Brasil. D. Miguel estava exilado em Viena de Áustria. A solução que se encontrou foi a de casar D. Miguel com a filha de D. Pedro; ficando D. Miguel como Lugar-Tenente (Regente) de D. Maria até esta atingir a maioridade.
O casamento nunca se chegou a consumar e iniciou-se um período conturbado. Em 1834 é assinada a Convenção de Évora Monte que põe termo às guerras Liberais portuguesas entre os irmãos D. Pedro IV e D. Miguel I. As guerras liberais iniciaram-se em 1820 e tinham um grande envolvimento diplomático, especialmente as ligações entre Portugal e a Espanha (são desta altura as guerras carlistas).
Por toda a Europa o século XIX é o marcado fortemente pelo Liberalismo. Portugal, em 1836, inicia um novo ciclo revolucionário com o golpe Setembrista e com a restauração da Carta Constitucional de 1826[5]. Rapidamente o Setembrismo degenerou numa divisão em duas facções: moderados e radicais. Esta divisão será responsável por um período de 9 anos marcado por tensões constantes

Carta Constitucional

Cartismo Puro Cartismo Palmelista
– Costa Cabral e apoiante – Duque de Palmela e apoiantes

Em 1842 Costa Cabral, então Ministro das Finanças, é enviado para controlar uma rebelião cartista no Norte, mas este alia-se à rebelião passando a chefiá-la. Sobe então ao poder o regime cartista (Costa Cabral), iniciando-se a 3ª vigência da Carta Constitucional de 1826.
Este período de tensão entre as duas facções leva a um digladiar constante, que resulta em várias revoluções: Revolta de Torres Novas (1844), Maria da Fonte (1846) e Patuleia (1846), para dar alguns exemplos. Em Espanha este é um período governativo igualmente marcado pela tensão.
Neste período em Portugal assiste-se a uma série de transformações profundas fruto do aumento da demografia e dos avanços na Ciência. Durante a sua governação Costa Cabral vai encetar uma série de medidas de reformas financeiras (maior austeridade nas contas públicas) e de reformas na saúde pública. Estas últimas reformas são a origem do descontentamento popular.
Por uma questão de saúde pública Costa Cabral edita uma lei que proíbe os sepultamentos nas Igrejas[6], como até então era costume. As pessoas encararam esta medida como se sentissem que seriam sepultadas em terrenos baldios e manifestaram-se contra Costa Cabral, aliando o seu descontentamento, contra a Lei, aos problemas financeiros que atravessavam o país.
Inicia-se então a Revolução da Maria da Fonte. A Revolução da Maria Fonte degenera, mais tarde, num golpe palaciano que conduziria ao recrudescimento da manifestação e a uma Guerra Civil (Patuleia) que terminaria com a assinatura da Convenção de Gramido[7], após uma intervenção da Quádrupla Aliança em Portugal. Descontente com a situação D. Maria II dispensa Costa Cabral do seu governo.
Fruto da ausência do apoio da Rainha, em 1851 Costa Cabral desaparece da vida política nacional. O antigo Ministro é enviado para o exílio e é nomeado embaixador português em Roma. Costa Cabral tinha sido Grão-Mestre da Maçonaria. Em 1870 o Papa Pio IX nomeia Costa Cabral como seu diplomata.
O envio de Costa Cabral, em 1851, para Roma permitiu à vida politica nacional iniciar uma nova paz, marcada pela estabilização da vida política. O que permitiu e impulsionou, em parte, a Regeneração[8] foi a união entre a ala miguelista, a ala Setembrista e a ala Cartista contra Costa Cabral. Embora politicamente diferentes as três alas tinham em Costa Cabral um inimigo comum, o que permitiu a sua unificação.

Ligações políticas entre Portugal e Espanha
Quando o pai de D. Isabel II de Espanha morre, a Infanta tem apenas 3 anos. D. Isabel II de Espanha assume-se desde cedo como uma liberal. D. Carlos (conservador), irmão de D. Fernando VII, e D. Isabel II (liberal), filha de D. Fernando VII, têm interesses comuns irreconciliáveis (subir ao trono), que levam a um estado de tensão similar ao que se vivia em Portugal.
D. Carlos irá refugiar-se com a sua família em Portugal, mais precisamente em Abrantes. Com a morte do Rei de Espanha, D. Fernando VII, D. Carlos (seu irmão) redige o Manifesto de Abrantes no qual reivindica o seu direito ao trono de Espanha com o epíteto de Carlos V.
D. Maria I (Portugal) filha de D. Pedro IV e D. Isabel II (Espanha) filha de D. Fernando VII partilham a mesma orientação política liberal. D. Carlos (Espanha) e D. Miguel (Portugal) também partilham a mesma orientação política, sendo esta de cariz conservador.

A Europa e os Ciclos Revolucionários (1830 – 1848)

A década de 1830 marca o começo do Ciclo Revolucionário Liberal. Até então, por toda a Europa existem regimes de tendência conservadora. Na Inglaterra era Primeiro-Ministro, do Rei D. Jorge IV, o Duque de Wellington um hard tory (conservador). Em Espanha governava o monarca D. Fernando VII (conservador). Na França era Rei D. Carlos X (restauracionista/conservador). Em Portugal D. Miguel (conservador) estava no trono.
Em 1830 a conjuntura diplomática europeia muda profundamente. Em França cai Carlos X substituído pelo seu primo D. Luís Filipe I[9] (liberal). Em Inglaterra caem os torys e sobem ao poder os whigs (liberais). Em Espanha sobre ao poder D. Isabel II (liberal), sob a regência da sua mãe. No Brasil há um reforço do liberalismo radical, que resulta na queda de D. Pedro I Imperador do Brasil; regressado a Portugal D. Pedro IV Rei de Portugal assume o controlo das revoluções liberais em curso.

Temos em 1830 uma Europa profundamente dividida em dois grandes blocos:
Europa Ocidental Europa Oriental
↓ ↓
Quádrupla Aliança Münchengretz
Portugal (D. Pedro IV) Rússia (Nicolau I)
Espanha (D. Isabel II) Prússia (Frederico Guilherme III)
França (D. Luís Filipe I) Áustria (Fernando I)
Inglaterra (D. Guilherme IV)

O objectivo do Quádrupla Aliança era afastar os regimes absolutistas, defendendo a legitimidade do sistema de governo liberal. A Quádrupla aliança seria reforçada com a entrada da Bélgica (1832) governada por Leopoldo I. O exército do Quádrupla Aliança intervém em Portugal em 1834. Em 1847 (Patuleia) a Quádrupla Aliança volta a intervir em Portugal; a capitulação da revolução oficializa-se com a assinatura da Convenção de Gramido, a 29 de Junho de 1847 por Passos Manuel.

O Contexto europeu intensifica o processo de democratização e em 1848 inicia-se o Ciclo Revolucionário Democrático (1849 – 1918), com o seu epicentro, uma vez mais, em Paris (França). A Revolução estende-se a quase toda a Europa com a excepção de quatro países: Espanha e Portugal (exaustos das suas revoluções liberais); Inglaterra e Bélgica (que já tinham alterado as suas estruturas políticas).
A grande preocupação do Ciclo Revolucionário de 1848 é a instauração de um modelo liberal constitucional, previamente instalado na Bélgica e na Inglaterra. Na Rússia as repercussões da revolução são mínimas, face à rápida intervenção do czar Nicolau I, mandando alguns dos seus inimigos deportados para a Sibéria.
A Revolução de 1848 atinge a Prússia, a Áustria e a Polónia. O Príncipe Metternich (que presidira ao Congresso de Viena) cai e o Imperador Fernando I abandona Viena de Áustria, cedendo o trono ao seu filho Francisco Fernando. Sobe ao poder o Príncipe Schwartzenberg (conservador), até então embaixador em Nápoles, como Chanceler da Áustria.
A Europa vive sob o domínio do sistema democrático, em Portugal estava em vigência o cartismo ratificado pela Convenção de Évora-Monte. Enquanto Portugal vive no regime cartista de tipo constitucional, a Europa vive no regime democrático. O Ciclo Revolucionário Democrático é um ciclo de evolução política, por toda a Europa (França, Áustria, Hungria, Itália, Rússia).
Com o surto de Democratização de 1848 o Jornal tradicional modifica-se, tornando-se mais barato, e com a possibilidade de fazer tiragens maiores. A baixa dos preços e o aumento das tiragens deve-se à introdução da rotativa, nos Estados Unidos da América. Na Inglaterra surgem jornais a custar 1 penny. A democratização do sistema de ensino vai permitir a democratização dos jornais, que deixam de ser vistos como um produto de elite.

D. Maria II e a Regeneração (1851 – 1868)

D. Maria II é Rainha de facto em 1834 herdando um país devastado pelas lutas libérias. Portugal vivia desde 1832, dividido por um clima de instabilidade política. A morte de D. João VI em 1826; a aclamação de D. Miguel como Rei de Portugal e a restauração do Absolutismo; a Guerra Civil entre D. Miguel e D. Pedro e a Convenção de Évora-Monte; o golpe Setembrista de 1836; a revolta de Torres Novas (1844); a Maria da Fonte e a Patuleia (1846 – 1847).
Este conjunto de situações desgastara a Nação, o que levaria a que em 1848 Portugal não se associasse ao surto revolucionário liberal que varreu a maioria dos Estados Europeus. Por Portugal manteve-se a governação nos moldes que o Cabralismo tinha definido.
Em Abril de 1851 o Marechal Saldanha enceta um golpe de Estado, com vista a depor Costa Cabral. Num primeiro momento o golpe de Estado não corre como previsto e Saldanha foge para a Galiza. Quando chegam as notícias de que afinal o golpe tinha sido um êxito Saldanha regressa Portugal, tomando posse do governo em Coimbra a 26 de Abril. O objectivo de Saldanha era restaurar a Carta Constitucional de 1826.
Relembre-se que Costa Cabral já antes conseguira afastar o Marechal Saldanha do poder, conseguindo as boas graças de D. Maria II. Este contra golpe foi um “ajuste de contas” que obrigou Costa Cabral a exilar-se, provisoriamente, em Madrid. O fim do Cabralismo não significa o afastamento definitivo de Costa Cabral da vida política, mas antes um interregno.
Com o golpe de Estado do Marechal Saldanha (e a deposição de Costa Cabral), o país entraria num período de estabilização da sua vida política. Faz-se uma reforma da Carta Constitucional de 1826 com a aprovação do Acto Adicional de 1852. O Governo de Saldanha resultaria na implementação de uma Ditadura que garantiria estabilidade política até 1868 [revolta da Janeirinha].
O Reinado de D. Maria II é marcado por uma série de fortes intervenções diplomáticas externas, uma vez que a Rainha confia o governo ao Marechal Saldanha, mas no final acaba por apoiar Costa Cabral, num gesto que Saldanha interpreta como uma traição régia. Com medo de uma vingança de Saldanha, D. Maria II e o Rei D. Fernando II recorrem à ajuda de Vitória I, Rainha da Inglaterra, para que esta faça pressão de modo a manter-se a Monarquia Portuguesa.
D. Maria II está permanentemente em correspondência com a Rainha Vitória de Inglaterra, que solidária com as preocupações da sua prima intervém em Portugal. A intervenção inglesa é, neste período, determinante. Todo o reinado de D. Maria II é marcado por uma sistemática intervenção externa. Já no período do Setembrismo tinha sido necessária uma intervenção diplomática da Inglaterra, da Espanha, da França e da Bélgica, Nações com as quais Portugal fixara alianças.
Sempre que o governo português está em apuros, recorre aos seus aliados ingleses. Em Portugal há necessidade de intervenção externa permanente de modo a controlar o Saldanha, que se intrometera no sistema político nacional. Até à morte da Rainha D. Maria II (por altura do seu 13º parto) em 1853, D. Fernando II é nomeado regente do Reino, governando até que D. Pedro V atinja a maioridade. O casamento de D. Fernando II com uma cantora de ópera (como adiante veremos) acabaria por adensar a instabilidade política nacional.

Reinado breve de D. Pedro V (1853 – 1861)

D. Pedro V governou durante pouco mais de 8 anos, ao longo dos quais criou alguma fricção entre o poder real e o governo. A sua política intervencionista, junto das populações, e a avaliação negativa que fazia dos políticos[10] não ajudaram a uma estabilização da vida política nacional. Duas crises atravessariam a governação de D. Pedro V: 1.) a questão das Irmãs da Caridade; 2.) e a apreensão do barco Charles et Georges em águas portuguesas.
O Liberalismo português extinguira as ordens religiosas seculares em Portugal. Esta extinção ordenava que os conventos e as ordens fossem encerrados, deixando que estes se extinguissem por processo natural: morte do último frade, ou da última freira. O Liberalismo assumira-se como laico e independente das amarras da Igreja Cristã Católica.
A questão das Irmãs da Caridade desencadeou-se com a assinatura da Concordata, a 21 de Fevereiro de 1857, entre Roma e o Estado português. Vicente Ferrer, Ministro dos Negócios Eclesiástico e da Justiça, exprimiu, desde logo, o seu desagrado ao afirmar ao rei que o acordo que este assinava com Roma ofendia a honra nacional, desdenhava das prerrogativas da coroa e usurpava os ancestrais direitos da Igreja lusitana. Vicente Ferrer demitir-se-ia a 4 de Maio, por ser o único ministro a pensar daquela forma.
Com o desembarque de cinco irmãs francesas e um padre lazarista em Portugal, resultado de um pedido do Estado francês, o radicalismo atravessou todo o país. A Imprensa portuguesa lançou-se numa forte campanha contra o Rei, aludindo para o facto de se defender uma instituição “anómala e absurda[11]”. A pretexto da vinda das cinco irmãs travou-se durante quatro anos uma luta na imprensa, no Parlamento e na praça pública, contra a Instituição Eclesiástica e contra a Instituição Monárquica.
A questão dividiria a sociedade portuguesa: a alta Nobreza e as Infantas apoiavam estas irmãs, enquanto o povo e os liberais mais radicais se manifestavam contra a presença das irmãs, culminando os protestos a 1 de Agosto de 1858 com o seu apedrejamento à saída de uma Igreja. A questão dividiria de forma irreversível a sociedade portuguesa e representou a primeira vaga de ataques da imprensa e do povo à Instituição monárquica.
Em 1859 um novo desafio político afrontaria a governação de D. Pedro V. Portugal resolve tomar a iniciativa de apreender o barco francês Charles et Georges envolvido no tráfico negreiro. Como resposta imediata o governo francês envia uma frota ao rio Tejo para libertar o seu negreiro, exigindo ao Estado português a libertação imediata do navio.
Portugal procura o apoio da aliada Inglaterra, mas esta retira-se, obrigando os portugueses a cumprirem as disposições de Napoleão III. Além de um pedido de explicações, de um pedido de desculpas e da libertação do navio negreiro foram ainda pedidas indemnizações que D. Pedro V teve que pagar. Para o País esta questão foi sentida como uma pesada humilhação, imposta pelos franceses.
Em 1851 D. Pedro V, então com 24 anos, morria vítima da Peste. O seu irmão, D. Luís, tinha sido enviado numa visita diplomática, sabendo da morte do irmão ao chegar a Lisboa. Por D. Pedro V não ter tido filhos, D. Luís foi aclamado 32º Rei de Portugal.

O Popular, D. Luís I (1861 – 1889)

D. Luís era o novo Rei de Portugal. Completamente diferente de D. Pedro V, o 32º monarca português “reina mas não governa”, ou seja, não tem intervenção no poder executivo. Esta característica governativa é, desde logo, sentida porque D. Luís sempre se sentiu mais vocacionado para a música, do que para a governação. D. Luís I, durante o seu governo, pautou-se por ser pouco intervencionista politicamente.
O reinado de D. Luís I inicia-se com algumas máculas perante a comunidade internacional. Internamente foram quatro anos de instabilidade política, com inúmeros governos de duração efémera. É a D. Luís I que Portugal deve a abolição da escravatura[12] (25 de Fevereiro de 1869) e da pena de morte (1867)[13]. Esta é uma época marcada, em toda a Europa, por inúmeras transformações.

Outra das características do período em que governou D. Luís I foi o Fontismo. Este período subsequente à Regeneração deve o seu nome a Fontes Pereira de Melo, um dos principais políticos portugueses, empenhados em dinamizar e modernizar o país, equiparando-o com os seus congéneres europeus. Nesta fase a vida política portuguesa viveu um período de relativa acalmia.
O Fontismo foi marcado por acções de fomento de obras públicas e por uma tentativa de modernização das infra-estruturas do país. Tratou-se de um período de crescimento que evitou que Portugal se atrasasse ainda mais relativamente aos outros países europeus. A política do Fontismo acentuou no crédito a entidades estrangeira, especialmente inglesas, que a prazo levariam ao colapso das estruturas económicas e políticas, mergulhando o país numa nova fase de instabilidade.

Ligações políticas entre Portugal e a França e entre Portugal e a Itália

Portugal possui vínculos de ligação com outras Casas Reais Europeias, muitas vezes através dos casamentos celebrados. A ligação de Portugal com a França advém do facto de D. Luís Filipe I ser o pai de D. Amélia, que casaria com D. Carlos II, Rei de Portugal. D. Luís Filipe I era também bisavó de D. Luís I, Rei de Portugal. As ligações a Itália devem-se ao facto de D. Maria Pia, esposa de D. Luís, Rei de Portugal, ser filha de Victor Emanuel I, Rei de Itália (unificada).

A modificação profunda do mapa político europeu (1866 – 1874)

Em 1866 começa a guerra Austro-Prussiana (ou Guerra das Sete Semanas), que opôs a Prússia à Áustria. A Prússia venceria a guerra e passaria a gozar de uma influência hegemonia sobre a Alemanha do Norte. Liderada por um Chanceler, a vitória da Prússia, e a assinatura do Tratado de Praga[14] (23 de Agosto de 1866), deveriam garantir estabilidade na Europa.
Infelizmente para a Europa em 1869/1870 iniciar-se-ia um novo conflito, opondo desta vez a Prússia à França: a guerra Franco-Prussiana. Bismark faz algumas alterações ao texto original do Programa de Elms tornando-o mais agressivo. O programa é publicado na imprensa, para indignação do Rei da Alemanha (Frederico Guilherme IV). É criada então uma situação que conduziria à guerra com a França.
A França de Napoleão III e os estados alemães, liderados pela Prússia, defrontar-se-iam até 1871. Seria a Batalha de Sedan, perto da fronteira belga, a resolver o conflito. O cerco das tropas prussianas obrigaria à rendição e retirada dos 83.000 homens conduzidos por Napoleão III. A 10 de Maio de 1871 assinar-se-ia o Tratado de Frankfurt, que repunha a paz entre a França e a Alemanha (Prússia). A França cedeu a Alsácia e parte da Lorena, iniciando uma questão internacional, ainda hoje por dirimir.
Mas o que motivou a Guerra entre a França e a Alemanha?
1.) A constante oposição entre a França e a Alemanha, já motivara conflitos anteriores: Guerra dos 7 anos; Guerra dos 30 anos [Paz de Vestfália]; (num futuro próximo) situação de tensão em 1909/1910/1911, a Prússia Imperial irá resistir à tentativa de anexação da França.
2.) A unificação da Alemanha que estava dividida, desde 1814, em 303 estados totalmente diferentes. Os 303 Estados tinham um inimigo em comum: a França. A Guerra contra a França permitiria formar uma frente global e uma noção de Nação. Com este conflito foi possível unificar as tropas. A Guerra contra a França foi um pretexto para se fazer uma Guerra que unificasse todos os Estados.
A Guerra Franco-Prussiana acabaria por transformar toda a Europa. Se em 1870 o eixo do poder político está em Paris, com a assinatura do Tratado de Frankfurt o poderio passa para o Império Alemão nascente. A derrota francesa, em parte, deve-se à demora de Napoleão III na tomada de decisões, contrastando com uma Alemanha muito bem preparada.
Uma série de transformações na Europa mudam completamente a configuração da Alemanha, que dá origem ao Império Alemão. Uma das razões centrais é o fim do Sacro Império Romano-Germânico. O fim do Sacro Império levou a que: 1.) se iniciasse a unificação italiana, que até então era composta por um aglomerado de estados; 2.) terminassem os Estados-Pontifícios.

Tendo em conta as alterações profundas que este conflito originou, especialmente entre a França e a Alemanha, torna-se fácil de perceber porque razão a I Guerra Mundial é uma espécie de “ajuste de contas” da Guerra Franco-Prussiana; com a vitória da França que obrigaria o Império alemão a “devolver” a Alsácia e a parte da Lorena que tinham perdido, por culpa do anterior conflito.
Neste período conturbado, em Espanha, a monarquia goza de uma baixa de popularidade junto da população. Isabel II, Rainha de Espanha, vive uma série de relações amorosas fugazes com vista a conseguir um herdeiro a qualquer custo. Fruto da sua educação desastrosa e da instabilidade governativa que marcou o seu reinado, D. Isabel II de Espanha teria de abdicar em 1868, na cidade de Paris. A monarquia espanhola era derrubada.
A queda da Monarquia espanhola resultou em duas implicações directas: 1.) Implantação da I República espanhola; 2.) A situação europeia não era a mais favorável à implantação da República. Para resolver esta tensão, que podia degenerar em efeitos imprevistos e desastrosos, solucionou-se o problema com a criação do reino da Bélgica (1830), entregue a Leopoldo I. A Grécia[15] foi também transformada numa Monarquia, tendo sido a sua governação entregue a Otto I, segundo filho do Rei Luís I da Baviera.
A questão Ibérica poderia ter sido solucionada pela junção das duas coroas, na figura de D. Fernando II (esposo de D. Maria II e regente do Reino), solução à qual Portugal se mostrou adverso. Entretanto o Regente de Portugal, D. Fernando II casa morganaticamente[16] com uma cantora de ópera, Elise Hemsler (nomeada Condessa de Edla), para descontentamento e escândalo do povo.
Os Hohenzollern convidam um Príncipe a avançar com uma candidatura ao trono espanhol, mas esta redunda num fracasso. As diferenças entre os luteranos (candidato dos Hohenzollern) e os católicos (povo espanhol) estão na origem deste fracasso. Com o insucesso da candidatura a França “escapa” à possibilidade de ficar entre dois Hohenzollern.
A situação republicana em Espanha não se altera. Em 1870, falhada a solução de um candidato dos Hohenzollern, Amadeu de Sabóia (filho de Vítor Emanuel II), é aclamado pelas cortes Rei de Espanha (16 de Novembro de 1870). D. Amadeu I de Espanha encontra uma situação governativa complicada.
Com o agravamento da luta republicana e com a revolta carlista em curso Amadeu I é forçado a abdicar e a retornar para Portugal. A I República Espanhola duraria de 1868 a 1874, num período historicamente conhecido como o Sexagénio Revolucionário. Com a República ao lado de Portugal serão várias as atribulações diplomáticas, durante este período. Só em 1874 a República tornaria a ser uma República, com a subida ao trono de D. Afonso XII, em 29 de Dezembro de 1874.

O interesse Europeu em África (1875 – 1890)

Com a estabilização da hidra revolucionária em Espanha, a Europa centra a sua atenção numa nova questão: África. A situação europeia e as alterações gerais que se vão dar trazem novos desafios. Alguns dos desafios são potenciados pelo grande desenvolvimento industrial, que resulta numa 2ª Revolução industrial. São necessárias duas condições para a Revolução Industrial ocorrer: 1.) Matérias-primas; 2.) Destinatários dos seus produtos. Nos anos 70 dá-se a corrida aos territórios que estão por ocupar, pelos Estados Europeus: Territórios em África.
Esta corrida a África levanta um problema jurídico: Portugal invoca o seu direito a África – princípio territorial. Duas razões levam à invocação deste princípio: 1.) A primazia na chegada aos territórios africanos; 2.) O Papa tinha concedido África, por Bula, aos portugueses, atentando contra os interesses das grandes potências europeias (Países Baixos, Inglaterra, França, Alemanha).
As grandes potências aludem para o facto de que não bastava estar em África, e ser o primeiro a chegar, quando nada se tinha feito por África. Ao colonizador são exigidas obrigações religiosas e orçamentais. Isto conduz a uma conclusão lógica: não basta ter uma História territorial, é necessária uma ocupação efectiva.
Através deste argumento, sustentado pela maioria das potências europeias, o direito de legitimidade ao solo africano passa a basear-se no princípio da ocupação efectiva. Portugal passa a ter de sustentar mais largamente as suas colónias africanas, para fazer face às exigências dos outros Estados Europeus.
A situação portuguesa em África era pouco benéfica, já que o Estado nunca construíra um Império colonial, mas simples interpostos comerciais. Nunca existiu a ponderação e a vontade para se realizar uma colonização eficaz. África tinha duas grandes dificuldades para se realizar uma colonização efectiva: 1.) solos pouco férteis, aliados a temperaturas altas; 2.) uma série de doenças que contribuíam para a morte de toda a colónia.

Quando Portugal chega à década de 60 (do século XIX), em pleno reinado de D. Luís, existe uma consciencialização estatal do atraso que sofria a colonização portuguesa, em relação aos outros Estados, tendo em conta o nosso passado em África. O atraso português leva a um esforço diplomático, retomando-se as negociações que se tinham iniciado durante o Congresso de Viena. Esta primeira ronda negocial culminaria com o Tratado de Inglaterra, do qual resultaria o reconhecimento da Bacia do Congo.
As questões da legitimidade só podiam ser estabelecidas num Congresso onde estivesses representante de todos os Estados e não apenas Portugal e a Inglaterra. A ideia de realizar um Congresso desta natureza parte de Bismark (Chanceler alemão) que tinha pretensões em África. Inicia-se uma nova ronda de negociações com o Congresso de Berlim.
A reunião entre os vários Estados serviu para: 1.) definição de algumas questões pontuais[17]; 2.) legitimidade de intervenção em África (questão de fundo essencial). Portugal é derrotado no Congresso de Berlim e tem de concorrer com as outras Nações, na questão dos territórios Africanos, seguindo novos critérios. Do Congresso de Berlim resultou uma nova corrida a África. Esta nova corrida à África marca o final do reinado de D. Luís. O Congresso de Berlim originaria, mais tarde, no reinado de D. Carlos, a polémica questão do Mapa Cor-de-Rosa.
Com o famoso Mapa Cor-de-Rosa Portugal pretendia estabelecer um corredor horizontal que tinha por objectivo ligar as suas colónias de Angola e de Moçambique, estabelecendo a nação portuguesa como potência colonizadora.
O corredor que Portugal pretendia construir ia de encontro às pretensões expansionistas da Inglaterra, que tinha o objectivo de construir um corredor vertical, que ligasse as suas colónias do Sudão ao Cabo da Boa Esperança. Muito embora a França[18] e a Alemanha[19] não se tenham oposto ao Mapa Cor-de-Rosa (pois não tinham interesses na região) também não se colocaram a favor de Portugal.
A Inglaterra lançou um ultimato a Portugal (11 de Janeiro de 1890), com 24 horas para decisão nacional sob pena de se retirar o embaixador inglês de Lisboa e de se iniciar um conflito entre as duas potências europeias. A impossibilidade de contra-atacar a marinha naval inglesa obriga Portugal a capitular os seus interesses e a abandonar as suas pretensões. Esta derrota de D. Carlos, alardeada pela Imprensa nacional e estrangeira, irá traduzir-se numa discredibilização da instituição monárquica e num recrudescimento da causa republicana. Anos mais tarde ocorreria o golpe republicano, que conduziria a Nação à República.
[1] Em Julho de 1795 a Espanha e a França assinam um tratado de paz: Paz de Basileia
[2] A Guerra das Laranjas deu-se por altura da Primavera; no campo de combate existiam imensas laranjeiras em flor. A Rainha de Espanha foi “atacada” com essas flores. A Guerra das Laranjas iniciou a questão diplomática de Olivença
[3] A França e a Espanha assinaram, em 1796, um tratado secreto que as aliava: Segundo Tratado de Santo Ildefonso
[4] Paz de Tilsit foi assinada secretamente a 7 de Julho de 1807 com a Rússia e publicamente em 9 de Julho de 1807, com a Prússia; criou uma coligação entre a França e a Rússia
[5] Este documento foi redigido pelo Rei D. Pedro IV enquanto estava no Brasil
[6] Nascem com esta medida os actuais cemitérios
[7] A Convenção de Gramido, foi um acordo assinada a 29 de Junho de 1847, na Casa Branca do lugar de Gramido, em Valbom, Gondomar, com o objectivo de pôr fim à insurreição da Patuleia
[8] Regeneração é a designação dada ao período da Monarquia Constitucional portuguesa que se seguiu à insurreição militar de 1 de Maio de 1851 que levou à queda de Costa Cabral e dos governos de inspiração setembrista. A Regeneração foi caracterizada pelo esforço de desenvolvimento económico e de modernização de Portugal, a que se associaram pesadas medidas fiscais
[9] D. Luís Filipe I, Rei de França é pai de D. Maria Luísa, que casará com Leopoldo I, rei da Bélgica, e é também bisavó de D. Luís I, Rei de Portugal
[10] D. Pedro V é célebre por ter desconfiado muito dos políticos que compunham os governos
[11] Segundo palavras do jornal Português
[12] Os escravos públicos foram libertados por Decreto Régio em 1854; e os escravos da Igreja seriam libertados em 1856. O ano 1869 marca o fim de todas as outras formas de escravatura
[13] A pena de morte era abolida dos crimes civis, mas mantida na Justiça Militar até 1911
[14] O Tratado de Praga levou à dissolução da Liga Alemã e excluiu a Áustria de todas as questões da política alemã
[15] O Tratado de Adrianópolis garantiu a independência da Grécia, sob a protecção da Rússia, da França e do Reino Unido. Este tratado facilitaria a intervenção das potências europeias para transformarem a Grécia numa Monarquia
[16] O casamento morganático é aquele em que um(a) nobre, príncipe (princesa) ou rei (rainha) desposa alguém de uma posição social inferior, normalmente da plebe. No casamento morganático, geralmente o nobre mantém os seus títulos, e até os seus direitos de sucessão, mas fora algumas excepções, estes não são estendidos ao seu consorte nem aos seus filhos
[17] Entre as questões debatidas ganhou destaque a questão do Império Otomano (turco). Do Congresso de Berlim resultou a criação de um dispositivo de controlo sobre a Administração Interna do Império
[18] A ronda negocial com a França decorreu em 1886. A França declarou que não tinha interesses naquela região, mas não garantiu a Portugal qualquer tipo de apoio
[19] A ronda negocial com a Alemanha decorreu em 1887 e resultou numa declaração de que a Alemanha não tinha pretensões na zona. Nunca existiu um apoio alemão efectivo

segunda-feira, junho 18, 2007

Como criar um jornal? (Direito da Comunicação Social)

Em virtude das dificuldades que muitos colegas manifestaram em relação à temática da fundação dos jornais, aqui vai uma pequena ajuda. Esta ajuda não dispensa a verificação dos dados em baixo apresentados e que serão avaliados na segunda frequencia de Direito da Comunicação Social.
O Representante de turma,
Tiago Lopes
Em primeiro lugar é preciso registar o projecto jornalístico junto à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Esse registo deverá conter:
* 2 exemplares do cabeçalho, exactamente como irá ser publicado;
* o estatuto editorial da publicação;
* identificação dos membros da direcção;
* fotocópia do Bilhete de Identidade e número de contribuinte dos membros da direcção;
* declaração de aceitação do cargo da(s) pessoa(s) que irá/irão exercer cargo(s) de direcção;
* certidão negativa de que o nome da publicação não existe como marca - certidão que é emitida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Esta autorização, emitida pela ERC serve para abrir um certo tipo de jornal, não um jornal! Existe uma especificação tecnica quanto à natureza do projecto em questão, que será avaliada pelo organismo em questão.
Os autores do projecto deverão garantir o depósito legal da publicação - que consiste na obrigação inerente a qualquer publicação de enviar um determinado número de exemplares destinados a um conjunto de bibliotecas, nomeadamente à Biblioteca Nacional. Qualquer pessoa, seja singular ou colectiva poderá fundar um jornal, desde que cumpra os requisitos aqui descritos.

Indice para Direito da Comunicação Social

Aqui está um indice feito com os artigos e os diplomas legais mais importantes, de acordo com as temáticas em estudo na cadeira de Direito da Comunicação, ministrada pelo D. Jorge Ferreira, ao 3º ano de Comunicação Social da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. Este indice é apenas indicativo nao se substituindo ao estudo aprofundado das temáticas. A sua utilização em frequência carece de autorizaçao do referido docente. Bom estudo para todos!
O Representante de turma,
Tiago Lopes


DIREITO DE ACESSO ÀS FONTES DE INFORMAÇÃO

Estatuto do Jornalista
Artigo 9º, nºs 1, 2, 3; Artigo 10º, nº 3; Artigo 19º, nº 1

Lei da Rádio
Artigo 36º, nºs 3, 4

Lei da Televisão
Artigo 28º, nºs 2, 3, 4, 5; Artigo 29º, nº 3

DIREITO AO SIGILO

Constituição da República Portuguesa
Artigo 38º, nº 2, alínea b.)

Lei de Imprensa
Artigo 11º; Artigo 22º

Código de Processo Penal
Artigo 135º

GARANTIA DE INDEPENDÊNCIA

Constituição da República Portuguesa
Artigo 38º, nº 2, alínea b.)

Lei de Imprensa
Artigo 22º

Estatuto do Jornalista (1999)
Artigo 12º

Estatutos da Entidade Reguladora para a Comunicação

DIREITO DE PARTICIPAÇÃO

Constituição da República Portuguesa
Artigo 38º, nº 2, alínea a.) e b.)

Estatuto do Jornalista
Artigo 13º, nºs 1, 4; Artigo 15º, nº2; Artigo 16º

Lei de Imprensa
Artigo 20º, nº1 alínea d.); nº 2; Artigo 23º

Lei da Rádio
Artigo 37º; Artigo 38º, nº2

Lei da Televisão
Artigo 31º; Artigo 32º; Artigo 34º

LIBERDADE DE EMPRESA

Constituição da República Portuguesa
Artigo 8º, alínea c.); Artigo 38º, nºs 1, 3; Artigo 61º, nº 1

Estatuto do Jornalista
Artigo 15º

Lei de Imprensa
Artigo 5º; Artigo 6º; Artigo 10º; Artigo 11º; Artigo 12º; Artigo 13º; Artigo 14º; Artigo 17º; Artigo 18º; Artigo 19º; Artigo 20º, nº1, alínea a.)

Lei da Rádio
Artigo 2º; Artigo 3º, nº 2; Artigo 4º; Artigo 5º; Artigo 6º; Artigo 8º; Artigo 12º; Artigo 14º; Artigo 17º; Artigo 18º; Artigo 19º; Artigo 25º, nº 2; Artigo 27º; Artigo 28º; Artigo 31º; Artigo 32º; Artigo 33º; Artigo 37º; Artigo 38º; Artigo 42º; Artigo 43º

Lei da Televisão
Artigo 2º; Artigo 8º, nº 3, 6; Artigo 9º, nº 5; Artigo 13º; Artigo 12º; Artigo 14º; Artigo 15º; Artigo 16º; Artigo 18º, nº 3; Artigo 19º; Artigo 20º; Artigo 31º; Artigo 34º; Artigo 39º; Artigo 86º

INDEPENDÊNCIA E PLURALISMO

Constituição da República Portuguesa
Artigo 2º; Artigo 37º; Artigo 38º; Artigo 39º

Estatuto do Jornalista
Artigo 12º; Artigo 14º

Lei de Imprensa
Artigo 4º, nºs 2, 4; Artigo 5º, nºs 1, 2; Artigo 15º, nº 2; Artigo 16º, nºs 2, 3

Lei da Rádio
Artigo 3º, nº 1; Artigo 7º, nºs 2, 3, 4; Artigo 8º, nº2; Artigo 9º; Artigo 11º; Artigo 18º

Lei da Televisão
Artigo 4º, nºs 2, 3; Artigo 10º; Artigo 13º, nº 1

Regime do porte pago
Incentivos à Comunicação Social
Programa de emprego para a Comunicação Social Regional e Local


SERVIÇO PÚBLICO

Constituição da República Portuguesa
Artigo 38º, nº 4, 6

Lei nº 33/2003 de 22 de Agosto
Estatutos da RTP
Estatutos da RDP


INFRACÇÕES COMETIDAS ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Constituição da República Portuguesa
Artigo 26º, nº 1; Artigo 37º

Lei de Imprensa
Artigo 29º, nº 2; Artigo 30º; Artigo 31º; Artigo 35º; Artigo 36º; Artigo 39º

Lei da Rádio
Artigo 63º, nº 2; Artigo 64º, nº 2

Lei da Televisão
Artigo 64º, nº 2; Artigo 65º, nº 3

Código Penal
Artigo 31º, alínea b.), c.), d.); nº 2, alínea b.); Artigo 34º; Artigo 113º, nº 2; Artigo 132º, nº2, alínea j.); Artigo 135º, nº 3; Artigo 180º; Artigo 181º; Artigo 183º; Artigo 184º; Artigo 185º ; Artigo 186º; Artigo 187º; Artigo 188º; Artigo 189º; Artigo 192º; Artigo 194º, nº 3; Artigo 195º; Artigo 199º; Artigo 316º; Artigo 328º, nºs 1, 3; Artigo 360º; Artigo 371º

Código de Processo Penal
Artigo 86º, nºs 2, 4; Artigo 88º

Código Civil
Artigo 70º; Artigo 71º; Artigo 79º; Artigo 80º; Artigo 81º; Artigo 483º, nº 1; Artigo 496º; Artigo 519º

DIREITO DE RESPOSTA E DE RECTIFICAÇÃO

Constituição da República Portuguesa
Artigo 37º, nº 4

Lei de Imprensa
Artigo 24º, nºs 4, 5; Artigo 25, nº 1; Artigo 26º, nºs 2, 6, 7

Lei da Rádio
Artigo 58º, nºs 4, 5; Artigo 59º; Artigo 60º, nº 1; Artigo 61º, nºs 1, 2; Artigo 62º, nº 1

Lei da Televisão
Artigo 59º, nºs 3, 4; Artigo 60º; Artigo 61º, nº 1; Artigo 62º, nºs 1, 2; Artigo 63º, nº 1

LIMITES À LIBERDADE DE PROGRAMAÇÃO

Constituição da República Portuguesa
Artigo 9º; Artigo 18º, nº 2; Artigo 39º; Artigo 40º; Artigo 69º; Artigo 70º; Artigo 78º, nº 2

Lei de Imprensa
Artigo 34º

Lei da Rádio
Artigo 9º, nºs 1, 2; Artigo 30º; Artigo 34º, nº 2; Artigo 35º, nº 2; Artigo 39º; Artigo 40º; Artigo 42º; Artigo 48º, alínea c.); Artigo 52º; Artigo 53º; Artigo 54º; Artigo 57º, nº 5; Artigo 67º; Artigo 76º

Lei da Televisão
Artigo 23º, nº 2; Artigo 26º; Artigo 68º; Artigo 24º, nºs 1, 2, 3, 6; Artigo 27º; Artigo 36º, nºs 1, 2; Artigo 37º; Artigo 40º; Artigo 41º; Artigo 42º; Artigo 43º; Artigo 45º, alínea c.); Artigo 52º; Artigo 53º; Artigo 54º; Artigo 55º; Artigo 58º, nº 5; Artigo 69º; Artigo 75º, nº 1; Artigo 85º

Código de Publicidade
Artigo 6º; Artigo 7º; Artigo 8º; Artigo 9º; Artigo 10º; Artigo 11º; Artigo 12º; Artigo 13º; Artigo 15º; Artigo 16º; Artigo 17º; Artigo 19º; Artigo 22º; Artigo 22º – A; Artigo 24º, nº 1; Artigo 25º; Artigo 25º – A

Código Penal
Artigo 189º

CONTROLO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Lei da Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS)
Estatutos da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC)
Estatutos do Instituto da Comunicação Social (ICS)
Estatutos do Gabinete dos Meios de Comunicação Social (GMCS)
Estatutos da Autoridade Nacional de Comunicações (ICP – ANACOM)

sexta-feira, junho 15, 2007

Protocolo de Quioto (Relações Internacionais)

Aqui está o trabalho que faltava, para completar a colecção... O Protocolo de Quioto, da autoria da Vera Inácio é o último dos trabalhos a ser publicado e conta para efeitos de avaliação, na segunda frequência de Relações Internacionais.
Entretanto aviso os interessados que as notas de História das Instituições, cadeira ministrada pelo Dr. Manuel Monteiro, já estão disponíveis na entrada da ESTA. Boa sorte para as frequencias que ainda faltam.
O Representante de Turma,
Tiago Lopes
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema o mediático e nem sempre suficientemente esclarecido aos olhos da opinião pública, “Protocolo de Quioto”.

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Relações Internacionais, do terceiro ano do curso de Comunicação Social, ministrada na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes.

Quando aceitei o desafio de realizar um trabalho com esta temática, foi em parte por curiosidade, por ouvir falar do Protocolo de Quioto, as implicações do mesmo e querer saber mais um pouco sobre esta realidade.

São as actividades humanas, o principal responsável pelo aumento da concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera, contribuindo deste modo para o aquecimento global, tendo em conta que as suas consequências tem forte influencia na saúde e bem estar público.

Assinalou-se com este protocolo uma nova era de combate a este novo inimigo da saúde publica e do ambiente, com este, veio um conjunto de resoluções que estabelecem a redução de gases de efeito de estufa até 2008-2012 nos principais emissores de gases poluidores.

De um momento para o outro (parece), o ambiente tornou-se um tema apetecível e sobre o qual quase todos falam. Jornais, revistas, televisão, Internet, particularmente em blogues e sítios académicos, até mesmo no cinema, a globalização das ideias de aquecimento global, destruição da camada do ozono, fim dos recursos fósseis e até mesmo o prognóstico mais negro sobre o planeta terra e as suas alterações climatéricas, levam-nos a reflectir.

Neste trabalho vou tentar esclarecer o que é o Protocolo de Quioto, o que é que os países industrializados andam a fazer para combater as novas maleitas do planeta terra e o que é que realmente devemos saber sobre este tema. Porque apesar de tudo, esta é uma realidade que nos envolve a todos, estando nas nossas mãos tomar uma atitude para alterar os maus hábitos do dia a dia. Por mais dramático que pareça o ponto de vista de Al Gore, talvez não esteja assim tão longe o momento de reescrever o futuro do “planeta azul”.

O QUE É O PROTOCOLO DE QUIOTO

Este tratado também conhecido por Protocolo de Kyoto é o resultado dos eventos da Conference on the Changing Atmosphere, em Toronto, Canada, por volta de 1988.
Em Agosto de 1990, na Suécia aconteceu algo parecido, o IPCC’s First Assessment Report em Sundsvall, seguido da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a mudança climática (UNFCCC) na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil.
Assinado em Dezembro de 1997, este protocolo à Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre alterações climáticas (CCNUCC) salienta a nova atitude da comunidade internacional relativamente ao fenómeno das alterações climáticas. Com efeito, os países industrializados comprometeram-se, por força deste protocolo, a reduzir em 5%, no mínimo, as emissões respectivas de seis gases com efeito de estufa (dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluorocarbonetos, hidrocarbonetos perfluorados e hexafluoreto de enxofre) durante o período de 2008-2012, relativamente aos níveis de 1990.
O protocolo de Quioto prevê três mecanismos baseados no mercado: o comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa entre os países que são parte no protocolo, a aplicação conjunta do protocolo por estes países e o mecanismo de desenvolvimento não poluidor (com países que não sejam partes no protocolo).
Neste contexto, os Estados-Membros da União Europeia, comprometeram-se, por seu lado, a reduzir em 8% as respectivas emissões durante o período indicado. Em 2003, as emissões globais de seis gases com efeito de estufa provenientes dos países da União situavam-se 1,7% abaixo dos níveis de 1990.
Em 31 de Maio de 2002, a União e os seus Estados-Membros ratificaram o Protocolo de Quioto. A ratificação pela Rússia, em 2004, permitiu a entrada em vigor do protocolo em 16 de Fevereiro de 2005, tornando-o vinculativo para os Estados signatários.
O Protocolo de Quioto representa uma primeira etapa no combate ao problema das alterações climáticas. Em Novembro de 2005, uma conferência das partes na CCNUCC e no Protocolo de Quioto permitiu dar um novo impulso ao protocolo e estabelecer as bases dos próximos debates sobre o quadro internacional de luta contra as alterações climáticas.
Os Países a Vermelho não apoiaram o protocolo, já os países verdes, concordaram em ratificar o protocolo. Os países de cor amarela ratificaram mas em 2005 ainda não tinham cumprido com o seu compromisso. Por último, os países a cinza, não tomaram qualquer posição em relação ao protocolo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o ex-Presidente Bill Clinton tinha assinado o tratado em 1998, mas o Congresso não chegou a ratificá-lo. Com a baixa de participação do maior poluidor, o protocolo perde a força.
George W. Bush negou na altura a ratificação do protocolo justificando que os compromissos acarretados pelo mesmo interfeririam negativamente na economia norte-americana. A redução exigiria uma nova atitude e investimento por parte dos Estados Unidos, o que fez com que estes últimos pensassem na hipótese de perder poder e competitividade no mundo da economia. Note-se que este país responde por 25% das emissões de gases poluidores em todo o mundo.
As últimas propostas de Bush sobre o combate ao aquecimento global tem-se mostrado polémicas, pois nenhuma delas mostra capacidade de se equiparar ao protocolo que este recusou assinar. A produção industrial dos últimos 150 anos já causou um aumento de 25% na liberação de CO2, sendo que a maior parte desse aumento ocorreu nas últimas quatro décadas.

Alguns dos países industrializados já cortaram a suas emissões em cerca de 3% entre 1990 e 2000, mas a Organização das Nações Unidas (ONU) receia que até 2010 os mesmos países apresentem emissões 10% acima dos valores de 1990.
Note-se que os países não desenvolvidos não participam no protocolo, visto que a quantidade de emissão de gases destes é mínima. O maior problema destes países é mesmo as consequências da poluição. São, regra geral, os principais afectados pela irresponsabilidade dos países desenvolvidos.

O comércio de emissões é uma das soluções criadas entre países. Estes funcionam num sistema de compra e venda dos níveis de emissões dos gases que provocam o efeito estufa, permitidos a cada um dos países aderentes.
Os países poluidores compram assim “créditos” por usar aos países a quem sobra emissões.
Os países obtêm também mais créditos quando desenvolvem actividades que aumentem a capacidade do ambiente absorver mais carbono, tais como a plantação de árvores e a conservação do solo.

EFEITO DE ESTUFA

Hugo Castanho, autor de vários artigos na temática do “Protocolo de Quioto”, editados no jornal publico.pt , alerta para o facto de que os principais gases, responsáveis pelo efeito de estufa, serem libertados para a atmosfera indescriminadamente, criarem uma espécie de telhado que impede a saída de parte do calor/radiações solares que sem esse efeito poderiam sair.

O dióxido de Carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido Nitroso (N20), o hexafluoreto de enxofre (SF6), o hidrofluorcarboneto (HFC) e o polifluorcarboneto (CFCs), são os principais responsáveis pelo efeito de estufa. Cada uma destas aparentemente inocentes formulas químicas, esconde em si um conjunto de dados ainda mais alarmante, como o seu contributo para a destruição da camada do ozono ou do efeito de estufa, assim como o período de vida de cada gás.

Estima-se que os principais culpados pela libertação dos gases responsáveis pelo efeito de estufa sejam os EUA em 25%, assim como a Europa em 19,9%, a China em 13,5%, a antiga URSS em 10,2%, o Japão em 5,6%, a Índia em 3,6%, o Reino Unido em 2,5%, a Coreia do Sul em 2,2%, o Canadá em 2,1% e a Austrália em 1,3%.
Segundo o Anexo A do Protocolo de Quioto, os gases são libertados no sector da energia, pela queima de combustíveis fósseis, em especial em indústrias energéticas, industrias de manufactura, construção e transportes. Na agricultura, este peso recai sobre as plantações e cultivo de arroz, agricultura em geral, queimadas em especial de resíduos agrícolas e florestas entre outras, como a incineração e deposição de resíduos sólidos nas terras.
Entretanto, estudiosos do clima constataram que o planeta ficou, em média, 0,5 graus Celsius mais quente desde 1860. Só na Antárctica o aquecimento já chega a dois graus centígrados e estima-se que, até 2100, os termómetros possam marcar uma média de 1,4 a 5,8 graus a mais que nos dias de hoje e várias serão as implicações tanto para o planeta como para os homens.
Aumento de temperatura anual entre 1976 e 2000

CONSEQUÊNCIAS

Algumas das consequências previstas estão relacionadas com os recursos hídricos do planeta. Actualmente, 1,7 mil milhões de pessoas, ou seja, umterço da população mundial, vivem em países com problemas de falta de água, sendo que este número tende a aumentar para os cinco mil milhões de pessoas até 2025. Consequência da escassez dos recursos hídricos. A diminuição e seca de rios afectará em especial a Ásia central, países em redor do Mar Mediterrâneo e África do Sul.
A procura de água vai aumentar devido ao crescimento populacional e desenvolvimento económico, mas diminuir noutras regiões onde se desenvolveram utilizações mais eficientes.
Quanto aos glaciares, prevê-se uma aceleração do seu degelo ou mesmo o seu desaparecimento.
Com apenas aumentos mínimos de temperatura, as produções agrícolas em países tropicais vão diminuir, dado que essas colheitas já estão perto da sua tolerância máxima. Em zonas afectadas por uma grande diminuição de precipitação, as colheitas serão afectadas mais adversamente.Os preços dos alimentos poderão subir devido a um desaceleramento do crescimento das reservas alimentares globais. Assim, prevê-se o aumento do número das pessoas que sofrem de má nutrição, sendo que, em África, se prevê o agravamento da falta de alimentos. Os impactes nos oceanos incluem aumento da temperatura do mar e do seu nível, diminuição da cobertura de gelo nos oceanos, alterações na salinidade, condições de ondas e circulação oceânica. Estas previsões poderão alterar os stocks piscícolas, base económica para muitas comunidades.
As zonas costeiras vão registar um aumento das inundações, aceleração da erosão, perda das zonas húmidas e intrusão da água do mar em ecossistemas de água doce.
Prevê-se ainda um aumento da intensidade e frequência das tempestades.Os recifes de coral sofrerão com o aumento da temperatura do mar, registando-se o fenómeno de branqueamento.
As alterações climáticas poderão provocar um aumento da expansão geográfica da transmissão da malária e febre-dengue. Várias doenças infecciosas poderão aumentar em incidência e sazonalidade.O aumento das ondas de calor, aliado ao aumento da humidade e poluição urbana poderá causar uma subida nas mortes relacionadas ao calor excessivo e a outras doenças. O impacte será maior nos idosos, doentes e os que têm acesso a ares-condicionados.
As inundações vão fazer aumentar o risco de afogamento e doenças respiratórias, fome e má nutrição. Além disso, a redução da produção agrícola levará também à má-nutrição, dificultando o desenvolvimento infantil e diminuindo a actividade dos adultos.

Geograficamente as consequências desta calamidade atingem proporções desmedidas. Podemos expor a situação deste modo:

África
Haverá uma ainda maior diminuição das reservas alimentares assim como diminuição da disponibilidade de água nos maiores rios, aumento da expansão de doenças infecciosas, intensificação da desertificação causada pelas reduções da precipitação e humidade dos solos, aumento das secas, inundações e outras situações extremas que pressionam as reservas de água, reservas alimentares, saúde e infraestruturas, dificultando o desenvolvimento em África, extinção de espécies significantes de animais e plantas, com impacto no turismo, recursos genéticos e quotidiano das populações locais, e as concentrações costeiras no Golfo da Guiné, Senegal, Gâmbia, Egipto, sofrerão com o aumento do nível do mar, através de inundações e erosão costeira.

Ásia
O Aumento da intensidade dos desastres naturais nas zonas temperadas e tropicais, incluindo inundações, secas, incêndios florestais e ciclones tropicais e a diminuição da produtividade agrícola devido à falta de água, aumento do nível do mar, inundações, secas e ciclones tropicais serão um entre muitos dos problemas desta região do globo. Nas áreas a norte, a produtividade agrícola poderá aumentar, contraposta a uma maior exposição a doenças infecciosas e de desastres naturais que poderão provocar a deslocação de milhares de pessoas em áreas costeiras baixas nas zonas tropicais e temperadas.Consequentemente, um aumento da procura de energia, diminuição do turismo e aumento das ameaças à biodiversidade devido à utilização humana da terra e pressão populacional. O aumento do nível do mar colocará a segurança ecológica em risco, incluindo recifes de coral e zonas húmidas.
Austrália e Nova Zelândia
Prevê-se um aumento considerável da intensidade das chuvas e ciclones tropicais, extinção ou grave ameaça a espécies que habitam nichos ecológicos restritos e que são incapazes de migrar, devido à fragmentação da paisagem e ameaça aos recifes de coral, habitats áridos e semi-áridos.As espécies invasoras de ervas daninhas poderão ameaçar alguns ecossistemas da Nova Zelândia.

Europa
A diminuição da disponibilidade de água e humidade do solo na Europa ocidental assim como a diminuição para metade dos glaciares alpinos que poderão desaparecer pelos finais deste século e o aumento do risco de inundações, erosão e perda de zonas húmidas em áreas costeiras serão mais um dos productos de um efeito de estufa não controlado. Alguns aspectos positivos na agricultura na Europa do Norte e diminuição da produtividade na Europa Ocidental e de Leste. Antevê-se a alteração das zonas bióticas e perda de habitats importantes (tundra, zonas húmidas e habitats isolados), implicando a ameaça a várias espécies. As temperaturas mais elevadas e ondas de calor poderão alterar os destinos turísticos habituais; assim como as condições de neve menos seguras terão um impacto adverso nos destinos turísticos de Inverno.
América
A perda e diminuição dos glaciares, com implicações para as reservas de água em áreas onde o degelo dos glaciares é uma fonte importante, as inundações e secas tornar-se-ão mais frequentes, degradando a qualidade das águas em algumas áreas, o aumento da intensidade dos ciclones tropicais, colocando em risco a vida humana e ecossistemas, a diminuição da produtividade agrícola, a expansão de doenças infecciosas e maior exposição a doenças como a malária, febre-dengue e cólera serão as novas preocupações dos americanos. O aumento do nível do mar vai afectar negativamente povoações costeiras, actividades produtivas e ecossistemas assim como haverá um aumento da taxa de biodiversidade perdida e de ecossistemas naturais únicos, como zonas húmidas e tundra estarão em risco devido a tempestades, especialmente na Flórida e na maioria da costa atlântica.
Regiões Polares
Impactes físicos, ecológicos, sociais e económicos, especialmente no Árctico e Península da Antárctida, diminuição da extenção e espessura do gelo do mar, erosão costeira, alterações nas camadas de gelo e alteração da distribuição de espécies, alguns sistemas que são habitat para algumas espécies poderão estar ameaçados ocorrerão nas zonas “tipicamente brancas”, postal do imaginário de grande parte da população mundial.

Pequenas ilhas
O aumento do nível do mar provocará a erosão costeira, perda de terra, deslocação de pessoas, aumento dos riscos de tempestades, intrusão de água salgada em reservas de água doce. Também os recifes de coral poderão ser afectados negativamente pelo branqueamento. As populações de peixes, que habitam junto aos recifes de coral poderão estar ameaçados, e a salinização do solo e terra arável limitada tornam a agricultura especialmente vulnerável às alterações climáticas. O turismo, fonte importante de rendimento, poderá diminuir devido ao aumento do nível do mar.

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Televisão, Revistas, Jornais, Internet (blogues) e Cinema…

Nos dias que correm o ambiente, o futuro do planeta e o protocolo de Quioto entre outros, são assuntos comuns e discutidos todos os dias.
Na televisão temos anúncios que nos alertam para a importância da reciclagem e para o dever cívico que é poupar água, electricidade entre outros conselhos de como poupar os recursos naturais entre outros. Sem falar da actualização de noticias a alertas ambientais, assim como as mais recentes alterações de protocolos, posições e acções de activistas dos grandes grupos de protecção da vida animal e ambiente (como o Geenpeace por exemplo).
O mesmo acontece com as revistas e jornais. Opinion makers, publicidade, reportagens especiais, iniciativas, todos falam sobre o amanhã do planeta Terra.
Contudo, um caso muito discreto de alerta, é o cinema, que já desde algum tempo, tem lançado os seus alertas. Temos como exemplo filmes como “An Inconvenient Truth”, ou “Uma Verdade Inconveniente”, a sequela “Ice Age”, ou “Idade do Gelo”, “The Day After Tomorow” ou o “Dia depois de Amanhã”, entre outros, são alguns exemplos, cada um no seu género, de que esta é uma preocupação de todos.

No documentário, “Uma Verdade Inconviniente” apresentado por Al Gore (antigo Vice-presidente dos EUA), em que são abordados os aspectos das alterações climáticas e os seus impactos sobre a vida na Terra. Al Gore, o único protagonista do filme, mostra os mitos e equívocos existentes em torno do tema e também possíveis saídas para que o planeta não passe por uma catástrofe climática nas próximas décadas.
Muitos cientistas acreditam que as alterações do clima são um dos grandes problemas que se colocam à biodiversidade e às comunidades humanas. Sendo que muitos dos gases com efeito de estufa têm origem em actividades humanas, o papel das populações é essencial para diminuir a libertação desse gases, sendo necessário poupar combustíveis fósseis e energia, usar energias alternativas, salvaguardar os ecossistemas costeiros (ex. sapais, dunas), substituir o automóvel particular pelo uso de transportes públicos, preservar as florestas e sumidouros naturais de carbono, entre muitas outras acções que o comum cidadão pode adoptar.

Por outro lado “trata-se também, obviamente, de um filme eminentemente político, ou não fosse o protagonista o candidato derrotado nas eleições norte-americanas, em 2000, face a George W. Bush. Derrotado nas eleições e não necessariamente nas urnas, Al Gore tem consciência da sua situação e sabe que isso lhe dá poder.”
Fonte SIC online

Quando foi escrito o artigo da SIC online, em Setembro de 2006, o filme “Uma Verdade Inconveniente” já tinha lucrado mais de 23 milhões de dólares, só nos Estados Unidos da América.

Em “O Dia Depois de Amanhã”, uma série de alterações climátéricas alteram drasticamente o planeta, fazendo com que milhões partam rumo ao sul. Porém um cientista decide ir a Nova York, na esperança de que seu filho ainda esteja vivo. Dirigido por Roland Emmerich (Independence Day) e com Dennis Quaid, Jake Gyllenhaal e Ian Holm no elenco. Este, ao contrário do filme de Al Gore, é totalmente fantasioso e especulativo, contudo não sabemos até que ponto as cenas de “The Day After Tomorow”, de 2004, poderão ser possíveis.

“Ice Age” é em traços muito ténues, uma animação em que as vitimas estão a perder o seu ecossistema devido ao fim da era glaciar.
Manfred, Diego e Sid, um mamute, um tigre e uma perguiça, vêe-se a braços com os problemas da inundação dos territórios, migração e da extinção das espécies. Um problema que poderá ser uma realidade para algumas das espécies que habitam o nosso planeta neste momento.

Este filmes, foi também, numa temática bem humorada e mais juvenil, sendo que de qualquer modo é uma animação dirigida a miúdos e graúdos, mais um alerta sobre as alterações climatéricas, antevendo um deja vu sobre um acontecimento que teve lugar há milhões de anos atrás e que se teme que venha a acontecer de novo.

CONCLUSÃO

Este foi um trabalho enriquecedor, sobre o qual existe imensa informação e levaria meses até se conseguir dizer tudo o que deveria ser dito sobre o assunto. Só uma análise extensiva ao protocolo (que em si só tem a volta de 40 páginas) seria tema de uma tese.

A acção dos países, a reflexão sobre o posicionamento dos media, seria um trabalho que só por si necessitava de uma maior reflexão.

Acções simples, rotinas do dia-a-dia, algumas até inconscientes, como os maus hábitos de usar sprays com CFC’s, deixar as luzes de casa ligadas o dia inteiro ou até mesmo a não redução do consumo de água, são prejudiciais para o futuro, talvez um futuro não tão distante como muitos podem pensar.

Apesar de alguns países não terem assinado o protocolo, começa agora a existir um sinal de mudança com algumas atitudes de melhoramento e controle das más acções para com o ambiente.

As provas da culpa humana são evidentes e inegáveis e nos dias que correm só cabe ao ser humano lutar para reparar o que destruiu e o que continuará a ser destruído até que a terra volte a atingir um estado são de equilíbrio.

SITOGRAFIA & BIBLIOGRAFIA

http://europa.eu/scadplus/glossary/kyoto_protocol_pt.htm¹
http://europa.eu/scadplus/glossary/sustainable_development_pt.htm
http://europa.eu/scadplus/glossary/environment_pt.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Quioto
http://worldwind.arc.nasa.gov/graphics/screenshots/12.jpg
http://www.ipri.pt/investigadores/artigo.php?idi=12&ida=229
http://www.noticiasdamanha.net/index.php?lop=artigo&op=2a79ea27c279e471f4d180b08d62b00a&id
http://dossiers.publico.pt/shownews.asp?id=67900&idCanal=309
http://www.climatecrisis.net/downloads/widget/
http://www.fao.org/newsroom/en/news/2006/1000385/index.html
http://www.globalwarming.org/
http://www.globalwarming.org/treatytalks.htm
http://www.globalwarming.org/article.php?uid=344
http://lage.dei.uc.pt/~quioto/apresentacao2.htm
http://lage.dei.uc.pt/~quioto/apresentacao.htm
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL45666-5603,00.html
http://www.diramb.gov.pt/data/basedoc/FCH_22177_LI.htm
Diciopédia 2006 – Porto Editora
Dicionário Universal Inglês - Português – Texto Editora
Quioto e os EUA (trabalho não editado) – Catarina Machado, ESTA-IPT
ANEXO I
Conceitos

Ambiente
“A política da União Europeia no domínio do ambiente baseia-se no artigo 174.º do Tratado que institui a Comunidade Europeia. Tem por objectivo a preservação, a protecção e a melhoria da qualidade do ambiente, bem como a protecção da saúde humana. Além disso, está empenhada na utilização prudente e racional dos recursos naturais. Por último, contribui para a promoção, no plano internacional, de medidas destinadas a enfrentar os problemas regionais ou mundiais do ambiente.
A política do ambiente baseia-se nos princípios da precaução e da acção preventiva, da correcção na fonte e do «poluidor-pagador».
O sexto programa de acção em matéria de ambiente, adoptado em 2002, define as prioridades e os objectivos da política ambiental europeia até 2010. Centra-se em quatro domínios de acção prioritários: as alterações climáticas, a biodiversidade, o ambiente e a saúde e a gestão sustentável dos recursos e dos resíduos. É completado por sete estratégias temáticas que incidem sobre os domínios seguintes: a poluição atmosférica, os resíduos, o ambiente marinho, os solos, os pesticidas, os recursos naturais e o ambiente urbano.
Em trinta anos, a acção ambiental europeia passou de uma abordagem correctora visando alguns problemas específicos a uma abordagem mais transversal, preventiva e integrada. A noção de «desenvolvimento sustentável» foi inserida nos objectivos da União pelo Tratado de Amesterdão e a integração da protecção do ambiente foi reforçada nas restantes políticas comunitárias, nomeadamente no âmbito do mercado interno, dos transportes e da energia.
Foi facilitada a possibilidade de um Estado-Membro aplicar disposições mais rigorosas do que as disposições harmonizadas, desde que sejam compatíveis com o Tratado e comunicadas à Comissão.
A maior parte dos actos comunitários em matéria ambiental são adoptados em conformidade com o processo de co-decisão, à excepção de alguns domínios como as disposições fiscais, de ordenamento do território ou que afectem sensivelmente as escolhas de um Estado-Membro em matéria de energia.”

Desenvolvimento sustentável
“O conceito de desenvolvimento sustentável refere-se a um modo de desenvolvimento capaz de responder às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de crescimento das gerações futuras. Visa melhorar as condições de vida dos indivíduos, preservando simultaneamente o meio envolvente a curto, médio e, sobretudo, longo prazo. O desenvolvimento sustentável comporta um triplo objectivo: um desenvolvimento economicamente eficaz, socialmente equitativo e ecologicamente sustentável.
Em Maio de 2001, foi adoptada uma estratégia da União Europeia a favor do desenvolvimento sustentável. A estratégia foi revista em 2005, com o objectivo de lhe imprimir um novo dinamismo. A Parceria Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, adoptada pela Comissão em 2002, conferiu-lhe uma dimensão externa.
A integração das questões ambientais na definição e na aplicação das outras políticas constitui um elemento essencial para alcançar o objectivo de desenvolvimento sustentável. Este princípio foi reiterado no Tratado de Maastricht e a Cimeira de Cardiff, em 1998, estabeleceu as bases para uma acção coordenada no plano comunitário em matéria de integração das questões ambientais.
Para promover um desenvolvimento sustentável, as autoridades públicas devem adoptar medidas adequadas que procurem limitar os efeitos nefastos dos transportes e dos riscos sanitários, melhorar a gestão dos recursos naturais e nomeadamente o seu consumo, e combater a exclusão social e a pobreza na Europa e no mundo. Devem, igualmente, combater as alterações climáticas e limitar as suas consequências.
A União Europeia e os seus Estados-Membros intervêm a favor do desenvolvimento sustentável, não apenas no interior das suas fronteiras, mas também no exterior, nomeadamente no âmbito das instâncias internacionais e de certas reuniões como a Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável realizada em Joanesburgo, em Setembro de 2002.”

Globalização da economia (mundialização)
“A globalização designa o fenómeno de abertura das economias e das fronteiras, resultante do crescimento das trocas comerciais e dos movimentos de capitais, da circulação dos homens e das ideias, da divulgação da informação, dos conhecimentos e das técnicas, bem como do processo de desregulamentação. Simultaneamente geográfico e sectorial, este processo não é recente, mas tem vindo a intensificar-se nos últimos anos.
A globalização oferece múltiplas oportunidades, mas permanece um dos maiores desafios da União Europeia. No intuito de explorar plenamente o potencial de crescimento deste fenómeno e garantir uma repartição equitativa dos seus benefícios, a União tem zelado, através de uma governação multilateral, pela adopção de um modelo de desenvolvimento sustentável, com vista a conciliar os objectivos de crescimento económico, coesão social e protecção do ambiente.”

Smog
O Smog é um fenômeno que aparece nos grandes centros urbanos. É identificado por uma grande massa de ar estagnado em conjunto com vários gases, vapores de ar e fumaça que acabam em nossos pulmões.

ANEXO II
Curiosidades
* 86% da geração de energia dos EUA é baseada na queima de carvão, facto que leva à alta libertação de gases
* Aquecimento das casas nos EUA é baseado na queima de combustíveis fósseis, o que leva a uma alta libertação de gases
* EUA é o país com o maior número de veículos por habitante, o que provoca uma alta libertação de gases
* A administração Bush tem procurado negar o consenso de que a acção humana tem causado o aumento da temperatura global

Globalização (Relações Internacionais)

Para ajudar a responder à pergunta, na frequência de Relações Internacionais, sobre a Globalização, da responsabilidade da Dr.ª Inês Câmara, aqui vão alguns apontamentos já disponibilizados em versão impressa no 1º semestre. Estão em Inglês mas a leitura é bastante simples. Bom estudo e boas frequência.
O Representante de turma,
Tiago Lopes
STANDING UP FOR THE GLOBAL ECONOMY

Preface
Companies are in a unique position to observe and help shape today’s global economy. They are at the heart of international trade and investment, engaging in business across borders and linking economies together into a more interconnected world. The purpose of this report is to provide a business perspective on some of the main issues and concerns raised by globalization. Is it pushing governments to the sidelines? Is it a threat to jobs? Is it helping to overcome poverty, or creating more? How can the changes arising from globalization be managed?
This report is the result of a comprehensive review of existing research by international organizations, academic institutions, governments and informed commentators with the aim of better understanding the impact of globalization on people and national economies. What it finds is that globalization has already brought unprecedented improvements in material welfare to billions of people. The evidence suggests that the global economy of today offers an unparalleled opportunity to raise living standards across the world.
That disparities between rich and poor are still too big is undeniable. But those who sincerely want to alleviate the poverty of millions in the developing world should focus on practical ways to harness the potential of globalization instead of making globalization a scapegoat. There are two key elements I wish to highlight in this report as promising avenues in the quest for a more inclusive global economy: the vast potential for increased South-South trade and the key importance of good governance. A more open world economy and more effective governments are by no means contradictory goals.
More than ever, globalization requires the enforcement of the rule of law, the encouragement of innovation, the development of efficient infrastructure, the improvement of education and social programmes, and greater political and economic stability in order for countries to seize all the opportunities that the world economy can offer. This report was prepared by Julian Kassum of ICC’s international secretariat with the input and guidance of ICC’s Corporate Economists Advisory Group (CEAG) for the ICC 35th World Congress, held 6-9 June 2004 in Marrakesh. An electronic version will be posted on ICC’s website (www.iccwbo.org) and updated in light of new findings.
I take this opportunity to thank members of the CEAG – a group of 28 corporate economists from global companies and business organizations in more than 20 countries – and particularly the chairman, Donald Hepburn of Unilever, for this further example of their valued contribution of solid economic analysis to ICC’s policy work. ICC is pleased to offer this synthesis of research and analysis of globalization as a contribution from world business to the ongoing public debate about this much-misunderstood phenomenon.

What is globalization?
Globalization can be described as the increasing interdependence of the national economies of both advanced and developing countries. Such economic integration occurs when countries open themselves to expanding flows of trade, capital, labour and ideas with the rest of the world.

Globalization is not new, but it has changed
To a certain extent, the world economy was more globalized in the late 19th century than today. The period between 1870 and 1914 saw a boom in cross-border trade and capital flows, led by a sharp decline in transport and communications costs resulting from rapid technological advances. But there are a number of features that make today’s globalization an unprecedented phenomenon in world economic history.

How has globalization changed?
1. The composition of trade has evolved dramatically since the mid-1980s
Industrialized and developing countries are now trading in competing products. Traditionally, trading relations followed a well-established pattern: Western countries exported manufactures while the rest of the world exported primary commodities. Today, over 70% of developing country exports are manufactures. In a country like Japan, over half of manufactured imports come from the developing world. Services, which have long been considered as “local”, now account for an increasing share of world trade.The overall boom in world trade has largely accelerated economic growth of both developed and developing countries, giving rise to new regional economic powers.

Many developing countries have become major suppliers of industrial goods, such as clothes, consumer electronics or metal products. Industrialized countries now enjoy sustained economic growth thanks to a dynamic services sector and increased levels of investment overseas. A new trend is currently taking shape, upheld by the information technology revolution, with a growing number of services jobs being “transferred” to developing countries.
Multinational companies have largely contributed to these structural changes by locating their operations where the comparative advantages – proximity to markets, wage costs, know-how – are the greatest. Today, over 70% of developing country exports are manufactures. In a country like Japan, over half of manufactured imports come from the developing world.

3. Market reforms and more open trade policies have been key in the emergence of today’s globalization
Industrialized countries paved the way by engaging in eight successive rounds of trade liberalization under the General Agreement on Tariffs and Trade (GATT) during almost 50 years. From the 1970s on, developing countries started to deregulate their economies and to liberalize trade, placing more reliance on market forces to generate economic growth. With the end of the Cold War and major economic reforms in China, the pace of globalization has accelerated dramatically. Today, 148 countries are working together within the World Trade Organization (WTO) to further liberalize trade and investment, with a view to boost economic growth and raise living standards across the world.

Benefits and challenges
Countries that have successfully integrated into the global trading system are shown to enjoy faster growth, better living standards, easier access to capital and technology, higher productivity and lower prices than countries with closed economies. However, as with all great movements of change, transitional problems of adaptation arise. The economic changes brought by global economic integration can have profound social and cultural impacts on particular groups.
The accelerating pace at which these changes are unfolding can be particularly disturbing. It is the responsibility of governments to ensure that such transformation is accompanied by sociallyoriented measures that help people adapt, especially those who lose out from the initial phases of the process. Governments also need to better explain the rationale behind the global economy as a force for positive change.
Using globalization as a scapegoat for domestic problems, or capitulating to narrow interests clothed in anti-globalization pressures, can only distract attention from the serious challenges that need to be addressed, and may even jeopardize the potential benefits that the global economy can bring. Contrary to a widely held belief, globalization is not irreversible. It has already been reversed in the past, with dramatic consequences for the world economy: the backlash against globalization between the two world wars coincided with the Great Depression. Another era of economic stagnation would hurt everyone, especially the world’s poorest people.
Globalization has already brought immense benefits to those people and countries that were able to participate in the process. Still, for a majority of least-developed countries, the integration into a fast-paced and competitive global economy is not an easy task. The challenge is to make the prosperity that flows from globalization available to the fifth of the world’s population still living in deep poverty.
To do this, the capacity needed in poor countries must be built so they can seize the opportunities offered by globalization. To quote Kofi Annan, Secretary-General of the United Nations: “I believe the poor are poor not because of too much globalization but because of too little”. “I believe the poor are poor not because of too much globalization but because of too little” – Kofi Annan, Secretary-General of the United Nations.

Benefits
Faster growth; Better living standards; Easier access to; capital and technology; Higher productivity; Lower prices

Challenges
Transitional problems; Social impact; Cultural impact

Do open economies grow faster?
The most spectacular increases in economic growth all involve simultaneous increases in both exports and imports. Individual case studies and cross-country analysis nearly all show that integration into the global trading system leads to faster economic growth and rapid poverty reduction. One study by Jeffrey Sachs and Andrew Warner 5, which has received particular attention, finds that open economies grow between 2% and 2.5% per year more rapidly than closed ones. David Dollar and Aart Kraay from the World Bank reach similar conclusions.

Look at China and India
Openness to foreign trade and investment is a key element of a sound development strategy. China and India are good examples of developing countries that have achieved impressive growth rates and vast poverty reduction after opening their trade regimes in the 1980s and 1990s. In India, the poverty rate had barely changed between 1949 and 1978. As the economy opened up, growth reached an average of 6% annually and poverty was cut in half.

How does an open world economy promote growth?
Openness promotes economic efficiency by allowing countries to specialize in what they do best rather than produce everything on their own. In an open world economy, countries tend to export what they produce efficiently and to import what they produce relatively less efficiently. This allows a more effective allocation of resources both within and between countries, thereby increasing the overall economic pie.
Exports create new opportunities for employment and investment, as companies sell their products to wider markets. Imports bring cheaper products to consumers and companies, including high-quality goods and services that were not available previously. Foreign investment in production creates jobs that employ local people, drives economic growth by contracting with local suppliers, and allows a significant transfer of technology and know-how from country to country. More generally, increased foreign competition provides a powerful incentive for domestic companies to innovate and to become more competitive.

Globalized countries enjoy faster economic growth
In the 1990s, the fastest growth in the world occurred in globalizing developing countries, home to about 3 billion people. With the long-term trend growth rate of the rich countries at around 2%, the fast-growing developing countries are gradually catching up. However, about 2 billion people live in countries not deeply involved in integration and with negative growth and increasing poverty.

Why is there still such a wide gap between rich and poor countries?
Through all these channels, globalization offers a unique opportunity for the developing world to boost economic growth and raise living standards. But developing countries have not yet exploited all the benefits that the global trading system can bring.
One major reason is that industrialized countries continue to impose high tariffs and other trade barriers on labour-intensive products – such as textile, clothing or agricultural products – in which developing countries have a competitive advantage. Developing countries themselves tend to protect their own markets against each other. Despite a steady increase throughout the 1990s, South-South trade still represents a tiny share of world trade.

How can developing countries close the gap?
The expansion of South-South trade would be a means for developing countries to reduce their dependence on markets of industrialized countries and to diversify their export base. According to Oxfam, a 5% increase of the share of developing countries in world exports would generate US $350 billion – seven times as much as they receive in aid. Overall, World Bank calculations show that dynamic gains from multilateral trade liberalization under the WTO Doha Development Agenda could amount to more than US $800 billion a year by 2015, with more than half accruing to developing countries. A 5% increase of the share of developing countries in world exports would generate
US $350 billion – seven times as much as they receive in aid.

Is an open economy enough to raise living standards?
Openness to foreign trade and investment should not be seen as a guarantee of rising economic growth and living standards. Open trade policies will never make up for shortcomings in other areas. For a country to attract long-term and productive investment, some key conditions have to be met on the ground:
A stable political system supported by a professional and accountable public service; an open and constructive attitude toward the private sector, both local and foreign; a predictable and transparent regulatory framework; and a respect for the rule of law and due process.
A sufficiently comprehensive, transparent and non-discriminatory legal framework to operate modern commercial operations (including company law, bankruptcy law, competition law, protection of property rights including intellectual property), and free access to an impartial judicial system to redress wrongs and settle disputes.
Sound macro-economic, fiscal and monetary policies (including currency stability and convertibility) sufficiently flexible to adapt to market signals, low inflation and moderate levels of personal and corporate taxation. A dynamic economic base supported by an expanding domestic market, growing demand and purchasing power, a healthy local private sector of suppliers, distributors and competitors, and efficient capital markets and financial services.
Rising standards of education, health care and social infrastructure to encourage human resource development, an adequately educated and trained work force, and an efficient system of physical infrastructure, in particular in the key areas of transportation and communications. A regulatory framework that encourages private enterprise is key to generating economic activity and job creation. One recent World Bank report shows that most poor countries tend to regulate their business excessively, thereby crowding out potential investors and entrepreneurs.
For example, it takes two days to start a business in Australia, but 168 days in Indonesia and 215 days in Congo. Excessive business regulation can have counter-productive effects: it protects those who may be able to circumvent cumbersome rules, but it makes life particularly difficult for small and medium-sized enterprises – the main engines of economic growth in most developing countries. In many parts of the world, good governance and domestic reform will be absolutely necessary to ensure a successful integration into the global economy. It takes two days to start a business in Australia, but 168 days in Indonesia and 215 days in Congo.

Why is agriculture attracting all the attention in the WTO trade negotiations?
It is vital to economies of the South, but a political taboo in the North Agriculture is the major stumbling block that has led the current round of WTO trade negotiations to a deadlock. Most WTO member countries from the developing world are united in calling for a vast reform of agricultural markets, asking rich countries to allow more agricultural exports from developing countries into their markets by dismantling their protectionist and trade-distorting agricultural support programmes.
But farm reform remains a “political taboo” in the EU, Japan and the US, where governments are facing intense social pressure from their farmers not to remove mthese support programmes, despite evidence that a more open trading system in agriculture would benefit many in both industrialized and developing countries. Three quarters of the world’s poorest people live in rural areas, with the majority making their living from agricultural production.
Agriculture plays a vital role in the economies of developing countries, including those that are already well advanced in the industrialization process. In Morocco, for example, agriculture may account for only 14% of GDP, compared to 60% for services and 18% for manufactures, but it remains the largest employer with 44% of the workforce 10. In least developed countries, farmers can represent up to three quarters of the workforce.
A healthy agricultural sector, which can secure strong revenues for its producers, is therefore critical to stimulate local economies and non-agricultural economic sectors. Research by the International Food Policy Research Institute shows that, in sub-Saharan Africa, each additional dollar of income from agriculture generates two to three dollars of growth in the overall economy 11. In particular, agriculture offers great export opportunities for developing country farmers, especially for products in which they have a competitive advantage.

Poor farmers are suffering. Protectionism is to blame
Yet, over recent years, agriculture has been more a burden than a boon for poor countries. According to the United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), the share of developing countries in world agriculture exports has slumped from 31.7% in 1970-1972 to 26.4% in 1998-1999. The least developed countries’ share dropped from 3.5% to 1.0% during the same period 12. Meanwhile, dramatic falls in world prices of commodities such as milk, sugar and cotton have forced many developing country farmers out of business.
According to the Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), a major explanation lies in the US $318 billion that OECD governments spend every year to support their own farmers 13 . Protectionism in the North in the form of export subsidies, price-support mechanisms and other trade-distorting domestic support measures tend to destroy markets in the South as they lead to overproduction and In Morocco, for example, agriculture may account for only 14% of GDP, compared to 60% for services and 18% for manufactures, but it remains the largest employer with 44% of the workforce.
In sub-Saharan Africa, each additional dollar of income from agriculture generates two to three dollars of growth in the overall economy. On top of this, many industrialized countries impose high tariff barriers against agricultural imports, protecting their farmers from more competitive producers in Asia, Africa or South America. More troubling, tariffs are even higher for processed food, discouraging developing countries from upgrading their food industry.

Consumers are taken for a ride
Ironically, industrialized countries do not benefit either from their own protectionism. Their citizens lose out on two counts: as taxpayers, by financing these costly subsidies, and as consumers, by paying higher prices for food. According to the OECD, Europeans pay twice the world price for beef and five times the price they should be paying for rice. The vast majority of farm support in industrialized countries goes to a minority of large agricultural producers rather than to small family farms. But these large-scale farmers carry considerable political weight in their countries and fiercely oppose any major reforms.

Major farm reform will require tough political decisions and careful follow-up
The World Bank estimates that the liberalization of agricultural trade (with a repeal of all rich-country trade barriers and subsidies to agriculture) would improve global welfare by about US $250 billion by 2015, of which almost US $150 billion would accrue to developing countries 14. A rise of only 1% in Africa’s share of world exports would amount to US $70 billion a year.
These compelling figures leave no doubt that governments of developed countries must start now to prepare their domestic constituencies for major farm reforms in the near future. Not all forms of agricultural support will have to be eliminated. But price- and trade-distorting policies must be seriously reconsidered in light of their impact on the world’s poor. It is important, however, not to raise undue expectations of the benefits that a more open trading system for agriculture would bring to developing countries.
These benefits will only materialize if developing countries use the gains from agricultural trade liberalization – higher incomes for their farmers, new export opportunities – to invest in productive activities, and to introduce domestic policy reforms in order to improve their competitiveness in agriculture and other sectors. A rise of only 1% in Africa’s share of world exports would amount to US $70 billion a year. According to the OECD, Europeans pay twice the world price for beef and five times the price they should be paying for rice.

Is globalization destroying jobs is in industrialized countries?
Globalization is often blamed for “exporting jobs” to countries where labour is cheaper, creating job insecurity for workers in rich countries. The recent waves of layoffs and factory closures in the US, Europe and Japan have aroused widespread concern over the domestic consequences of increased competition from cheap imports and production relocation in low-cost developing countries. Low-skilled manufacturing workers were long seen to be the hardest hit, but fears are now growing that whitecollar staff may also lose their jobs as a result of competition from developing countries.
Global economic integration does indeed make it easier for companies to shift or expand operations in countries where market conditions are most attractive. That is, however, a far cry from arguing that globalization is a key cause of job losses. Strictly speaking, international trade can explain only about 20% of the increased inequality between high- and low-skilled workers in either wage or employment terms. In the same way, production relocation accounts for only a small proportion of the jobs constantly being created and destroyed in industrialized countries.
According to the French Ministry of Economy, only 4% of France’s foreign direct investment is likely to be related to production relocation. In the US, the Bureau of Labor Statistics estimates that trade-related layoffs represented a mere 0.6% of total unemployment at their peak in 2001.

Technology is having a far more dramatic effect on jobs
Technology, not trade, is the chief explanation for the decline in manufacturing employment in industrialized countries. Automation and the information technology revolution have boosted productivity over the last 20 years, reducing demand for low-skilled labour. Fewer workers are now needed to produce the same amount of output. In France, for instance, 1.5 million manufacturing jobs have disappeared since 1978, but manufacturing was able to keep its share of GDP unchanged – at roughly 20%17. Manufacturing in industrialized countries is not losing its competitive edge.
It is shifting to higher value-added products, such as airplanes, fiber-optic equipment or luxury goods. In the process, companies create better-paid jobs with better working conditions. In parallel, manufacturing companies are devoting greater resources to tasks that are upstream (e.g., conception) and downstream (e.g., marketing) of the production process, thus creating millions of new jobs for the educated workforce of industrialized countries.
A similar pattern is now occurring in the services industry, with a growing number of operations being relocated to low-cost countries. The communication revolution is allowing companies in industrialized countries to move back-office activities – Only 4% of France’s foreign direct investment is likely to be related to production relocation. Manufacturing in industrialized countries is not losing its competitive edge.
It is shifting to higher value-added products such as handling customer-service hotlines or processing payments – to developing countries. Some companies are even starting to outsource skill-intensive activities – such as research or software programming – to countries like India and Malaysia. Many high-skilled workers, particularly in the US, fear that jobs in information technologies (IT) and services will now disappear just as manufacturing jobs did.
In a study for the Institute for International Economics, Catherine L. Mann offers a much more optimistic perspective: “Frequently cited projections indicate that millions of jobs will be lost to offshore workers. What these projections ignore is that the globalization of software and IT services, in conjunction with the diffusion of IT to new sectors and businesses, will yield even stronger job demand in the US for IT-proficient workers”. According to Ms Mann, the global integration of IT software and services will lead to a decline in the prices of software and services, thus promoting further diffusion of IT use in more companies and more sectors.
This will result in a new wave of productivity growth, generating faster economic growth and more employment: in the US, the Bureau of Labor Statistics predicts the net creation of 22 million new jobs over the next decade, mostly in business services, health care, social services, transportation and communications. In particular, demand for computer-support specialists and software engineers is expected to double between 2000 and 2010.

How to manage shifting employment patterns
In a dynamic economy, jobs are continuously lost and created. Trade expansion and increased business activity over the last 20 years have substantially accelerated the pace of job creation across the world. Between 1982 and 1999, 34 million jobs were created 19 on average every year in manufacturing and services worldwide, more than double the number of jobs created between 1965 and 1982 20.
Thanks to productivity gains – made possible by technological innovations and the global integration of production – industrialized countries have been able to enjoy sustained economic growth and to create new jobs at a pace which allows most advanced economies to operate at or close to full employment. Much resistance to the changes that technological progress and competition – both internal and external – bring about stems from a widespread belief in what economists call the “lump of labour fallacy”.
This is the flawed notion that there is a fixed amount of work with a fixed amount of jobs. It is a notion that flies in the face of economic theory and practical experience: countries generate more or fewer jobs depending on factors such as the cost of employment, the prevalence of an entrepreneurial culture and the regulatory environment. Belief in the “lump of labour fallacy” is a recipe for economic stagnation and isolationism.
As the economy goes global and new technologies are introduced, new business opportunities create jobs that did not exist before. Job losses to Chinese competition may be a reality. But new jobs created by growing Chinese demand as a result of China’s rapid economic growth are also a reality. China’s imports have risen by 70% since it joined the World Trade Organization in 2001, making it the world’s third largest importing country and the fastest growing export market for EU, US and Japanese companies.
Globalization is not a major cause of unemployment in developed countries. Yet some individuals and local economies may lose their jobs as a result of the micro-economic process of production relocation. While resisting protectionist pressures, governments must focus their efforts on providing adequate safety nets for those displaced workers, such as unemployment insurance, job search assistance and training programmes. But perhaps the greatest challenge for governments is to ensure that their education systems provide their young citizens with the skills needed for the new jobs that are continuously being created.

Does globalization encourage a “race to the bottom” in social and environmental standards?
In an open world economy, countries compete with each other to attract the investment flows they need to create jobs and economic growth. In this context, governments have to create the best possible conditions for businesses to flourish and to maintain investor confidence. For critics of globalization, the inevitable result is global competition among governments – especially in poor regions – to reduce social and environmental standards, as companies seek to establish their operations in countries with the lowest tax rates, the weakest labour laws and the fewest pollution controls. In reality, there is no evidence of such a “race to the bottom” – quite the contrary.

Shunning poor working conditions
Companies are not necessarily attracted to countries with low wages and weak environmental protection. In the late 1990s, 80% of US foreign investment was in rich countries such as Canada, Germany, France and Japan, where social and environmental standards are high. Nearly all the rest was in advanced developing countries such as Singapore, Mexico and South Korea, which also have high standards. One of the reasons why companies shun countries with poor working conditions is that low labour standards generally reflect low productivity, which implies a high unit cost of labour.

Favouring responsible public spending
Nor do companies flock to countries with the lowest tax levels. Good physical and social infrastructure, rising standards of education, and macroeconomic stability are important considerations when companies make decisions about investment location. All of these require adequate levels of public spending. In effect, OECD countries have actually increased their average tax take from 32.1% of GDP in 1980 to 37.3% in 1999 24. Taken individually, these countries vary considerably in the way they tax their citizens and companies. In other words, governments still have considerable latitude to pursue fiscal policies as they see fit.

Doubling wages in developing countries
Far from encouraging a “race to the bottom”, openness to foreign trade and investment actually helps countries to improve their social and environmental records. Research by the OECD and the Institute for International Economics shows that foreign affiliates of international companies pay about double the local manufacturing wage in least developed countries. According to a recent report by McKinsey Global Institute, foreign producers in the Chinese auto industry offer unskilled line workers more than twice the going rate for unskilled manufacturing jobs. Wages in India’s business-process-outsourcing sector are 50% to 100% higher than those in other white-collar sectors requiring similar skills.

Promoting environment-friendly practices
Similarly, foreign-owned plants in developing countries tend to be less polluting than domestic plants. When multinational companies invest in different countries, it is cheaper for them to apply the same environmental policy everywhere and to use the same environment-friendly production methods, which often happen to be more productive. Using high standards also helps companies to maintain a good reputation, avoid clean-up costs and anticipate upward regulatory changes.

Boosting economic growth
Indeed, citizens are more likely to demand a cleaner environment and better working conditions as the economy grows and incomes rise, while governments and companies have greater means to finance improvements in social and environmental standards. According to a study by Alan Krueger and Gene Grossman, pollution levels start to fall when average per capita income reaches US $8,000. Consumers can afford to pay for cars that pollute less, while companies can introduce clean technologies that use fewer resources. Significant improvements in air quality were registered in major urban areas in Brazil, China and Mexico throughout the 1990s.

Why trade sanctions would backfire
In many countries, progress can be desperately slow. This has led some in industrialized countries to call for trade sanctions against developing countries that fail to abide by given social and environmental standards. In practice, however, such measures would seriously undermine efforts made by developing countries to improve their social and environmental practices.
Imposing new barriers against imports from developing countries would directly hurt their export-oriented sectors, possibly displacing workers to inward-oriented sectors, where wages and working conditions are generally much less favourable. And it would inevitably depress their overall growth prospects – without a doubt the most decisive factor for raising social and environmental standards. It is important to keep in mind that all countries come from different starting points in terms of social standards.
In a speech to the World Economic Forum, former Mexican President Ernesto Zedillo pointed out that workers in trade-related activities often found that their new job was a significant improvement over their prior occupation in agriculture or in the informal sector of the economy. In many cases, these jobs are just a step toward better opportunities. In the final analysis, it is progress that matters the most when considering the standards of a given country.

Is globalization widening the gap between rich and poor?
It is often claimed that the gap between rich and poor has been widening over recent decades and that the living conditions of the poor have deteriorated as a result of globalization. A recurrent figure, drawn from the 1999 Human Development Report of the United Nations Development Programme (UNDP), gives an alarming account: “Gaps in income between the poorest and richest people and countries have continued to widen. In 1960 the 20% of the world’s people in the richest countries had 30 times the income of the poorest 20% – in 1997, 74 times as much”.

Correcting the record
New research disproves such claims and sheds a much more favourable light on the contribution of global economic integration to incomes and income distribution. In a study for the National Bureau of Economic Research, Xavier Sala-i-Martin points out that the UNDP report computed its poverty ratios by simply comparing unadjusted incomes, thus ignoring the fact that the cost of living is lower in developing countries.
Once adjusted for purchasing power parity, the poverty ratio of the richest 20% to the poorest 20% has actually started to diminish over the last two decades, according to Sala-i-Martin. “Rather than rising from 20 to 74, the ratio increases from 11.3 in 1960 to 15.9 in 1980, but then declines slowly to 15.09 in 1998”. Many economists have also identified another important shortcoming in the methodology used in the UNDP report.
It considers each country as a point of comparison regardless of its population size. It thereby gives equal weight to China and any much smaller African country, while in reality China’s population is twice that of all 35 African countries put together. Analyzing inequality between individuals – rather than between countries – provides a different picture of the actual trends in income distribution across the world.

Massive poverty reduction
Using nine different indexes to measure income distribution between individuals, Sala-i-Martin shows that there has been a substantial narrowing of the gap between rich and poor during the last two decades. Other studies by Surjit Bhalla 30 and Arne Melchior reach similar conclusions. This decline in global inequalities is mainly the result of massive poverty reduction in countries such as India and China, which account for 38% of the world’s population, and other large developing countries. Bhalla estimates that the proportion of people in the world living on less than a dollar a day has fallen from 30% in 1987 to 13.1% in 2000.
In Asia, more than 650 million people were lifted out of deep poverty between 1970 and 2000. The proportion of people in the world living on less than a dollar a day has fallen from 30% in 1987 to 13.1% in 2000, according to estimates by the Institute for International Economics.
Analyzing inequality between individuals – rather than between countries – provides a different picture of the actual trends in income distribution across the world. The number of undernourished people in the world has been reduced from 920 million in 1970 to 810 million today. Income distribution in a given country primarily depends on domestic factors such as economic policy choices and redistribution mechanisms.

Quality of life
When measuring poverty, it is important to take into account living standards and not just incomes. Here again, the evidence is that, overall, quality of life has improved in the developing world. According to the Australian Department of Foreign Affairs and Trade, the number of undernourished people in the world has been reduced from 920 million in 1970 to 810 million today. A World Bank study says that school enrolments in Uganda doubled during the 1990s. In a report for the Brookings Institution Global Inequality Group, Gary Burtless shows that life expectancy has been rising almost everywhere in the world and that as a result “world inequality in the distribution of expected life spans has declined”.

Domestic factors
The purpose here is not to give a picture that is rosier than reality. Many countries have suffered from increased marginalization and have been unable to reduce poverty over the last two decades. More than 40% of Africans live on less than a dollar a day, a proportion that has been steadily increasing in the continent as a whole since the 1970s. Conflict and bad governance persist in holding many African countries back from economic progress.
Inequalities have also increased within several countries with high levels of growth. For example, rapid economic growth in China has widened the gap between rural and urban areas. But as a World Bank report points out, “if this increase of inequality in China has been the price of growth, it has paid off in terms of massive reduction of poverty”. In fact, income distribution in a given country primarily depends on domestic factors such as economic policy choices and redistribution mechanisms.

Is globalization a threat to cultural diversity?
Undoubtedly, global economic integration has induced a certain degree of cultural homogeneity across nations, as illustrated by the increasing number of indistinguishable shopping centres around the world and the growing popularity of universal brands. Many lament such rampant uniformity – understandably so. But the danger is to forget that globalization is a multi-faceted process. Paradoxical as it may seem, globalization is both a factor for standardization and force for increased cultural diversity.

Increasing cultural exchange
By making more products and services available across continents, globalization has increased and diversified the supply of culture in most countries. Trade in cultural goods has grown exponentially over the last 20 years. Between 1980 and 1998, annual world trade of printed matter, literature, music, visual arts, cinema, photography, radio, television, games and sporting goods surged from US $95,340 million to US $387,927 million 33. For consumers, this means greater choice, cheaper access to culture and increased exposure to new ideas.

World trade of cultural goods (in millions of US dollars) 1980-98
A recent poll by the Pew Institute shows that, in many developing countries, roughly nine out of 10 people feel there has been greater availability of foreign popular culture over recent years: Ukraine (94%), Lebanon (92%), Vietnam (92%), Indonesia (90%) Nigeria (89%) and Senegal (88%) 34. There is concern, however, that this trend might also reflect greater hegemony of Western culture and values over the rest of the world. Much attention has also been drawn to the emergence of universally sold “global products” – some of them have now become symbols of globalization – and the irresistible spread of Western lifestyle.
For consumers, there is greater choice, cheaper access to culture and increased exposure to new ideas. Globalization is both a factor for standardization and force for increased cultural diversity. Putting things in perspective reveals that there is no such cultural takeover. In Asia, three quarters of the music market is locally produced. Coca-Cola accounts for less than two of the 64 fluid ounces that the typical person drinks a day. For every McDonald’s outlet in the UK, there are six Indian restaurants 35 . While greater exposure to Western culture in the non-Western world is a fact, the ability of people to adapt should not be underestimated.
An interesting counter-current is underway, with people in different parts of the world defending their local cultures and at the same time seeking to diffuse them more broadly. In other words, globalization can energize local identities. As G. Pascal Zachary, a senior writer at the Wall Street Journal, observes: “More people in more parts of the world are expressing their distinct social and cultural traditions than at any time since the dawn of European colonialism 500 years ago”.
The emergence of international news channels in Arabic (and soon in French) is a notable manifestation of this trend toward the global diffusion of local and national cultures. In this sense, globalization is a powerful force for increasing cultural exchanges and mutual understanding. The multiplication of ethnic restaurants in Western cities is an example of how globalization offers unprecedented choice. By promoting the intermingling of people and cultures, globalization exposes all parties to new ways of thinking and new ideas. During the period between 1942 and 1961, there was only one Nobel prize winner in literature who did not come from Europe or the US. Between 1962 and1981, there were already four from other regions. Between 1982 and 2001 there were eight.
The communication revolution also plays a vital role in promoting cultural enrichment and raising political awareness in general. Individual access to the Internet means that governments, even less democratic ones, have to abandon their monopoly on the flow of information. The globalization of communication is indeed providing many people with more freedom than they previously enjoyed.
In Asia, three quarters of the music market is locally produced. The emergence of international news channels in Arabic (and soon in French) is a notable manifestation of this trend toward the global diffusion of local and national cultures.

How do people in different parts of the world view globalization?
Polls conducted to sound out public opinion on globalization concur: an overwhelming majority of people almost everywhere think globalization is good for them and their country. Some of the findings are particularly telling: A survey of 25,000 citizens across 25 countries –14 of them in the developing world – shows that close to 75% believe globalization improves their lives and those of their families.
According to another worldwide survey, support for globalization is strongest in Nigeria (90%), South Korea (84%) and Kenya (82%), followed closely by Indonesia (79%), Vietnam (79%) and China (76%). In South Africa and Uganda, four out of 10 even see globalization as a very good thing. In North America and Western Europe, most people also have a positive view of globalization, but opposition is stronger than in the developing world.
In the European Union, 63% say they are in favour of globalization, 29% against 41. In France, six out of 10 think globalization is good for their country, while 36% have a negative opinion – the largest percentage among wealthy countries. Globalization is more popular among the young. In France, 72% of those below 30 years of age say globalization is a good thing, compared to 58% of respondents older than 50. More than 60% of young Peruvians view globalization favourably, compared with only a third of those their parents’ age.
In a recent survey conducted in the US, two thirds of respondents agreed with the following statement: “I favour free trade, and I believe it is necessary for the government to have programs to help workers who lose their jobs”. Only 18% advocated free trade in the absence of such help. In sub-Saharan Africa, 75% of households think it is a good thing that multinational companies are investing in their countries. Nearly six out of 10 Nigerians (58%) and majorities in Vietnam (55%), Pakistan (55%) and Uganda (53%) say that the growth of trade and business has been very good for themselves and their families.