Comunicação Social [Turma 2004]

Apontamentos e notas dos alunos do curso de Comunicação Social (turma de 2004) da Escola Superior de Tecnologias de Abrantes - IPT.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Conflito Israelo-Árabe (Relações Internacionais)

Aqui esta o trabalho do José Pinto. Leiam com calma e com atenção, que algumas coisas são confusas. Eu estou quase a publicar os apontamentos de Tecnologias da Comunicação Social II. Vao esperando.

Eu dou noticias,
Boa sorte,
Tiago Lopes

Alguns conceitos que importa saberem neste trabalho….

Relações Internacionais

O médio Oriente e os conflitos Israelo – árabes

Origens do conflito….
Desenvolvimento do conflito
O porquê dos contínuos massacres?
Resposta a algumas questões...
Assentamentos, homens bomba, 1948, Hamas, Jihad, Sharon, Faixa de Gaza, Arafat, Cisjordania, Barak, Campos de Refugiados, Jerusalém, 1967, Camp David, Sadat, Rabin,
A síria e a URSS… Israel e os EUA
Fundamentalismo Islâmico
Os Processos de Paz
O barril de pólvora e o efeito borboleta… guerra das pedras
01, o ano do retrocesso
Descrição cronológica

Antevisão e perspectiva do problema

(esta é uma das consequências inevitáveis…. O processo de resolução não é fácil ou com fim à vista…. Existem valores morais em questão o que dificulta tudo o resto… A mistura ou confusão de Estado com religião é a base deste conflito. A triste realidade destes dois povo é que estão condenados a conviver.)
Conceitos
Cisjordânia, Margem Ocidental, ou Judeia e Samaria é um território reclamado pela Palestina e pela Jordânia sob ocupação de Israel, situado na margem ocidental do rio Jordão. É limitado a leste pela Jordânia e a norte, sul e oeste por Israel.
Neste pequeno espaço de terra, acontecimentos históricos foram realizados, principalmente na época pós saída dos judeus do Egito e na condução destes na conquista da então Canaã pelo líder Joshua.
Demografia
A Cisjordânia conta com uma população de 2,8 milhões de habitantes, dos quais 2,4 milhões são árabes palestinianos e 400 mil colonos judeus (incluem-se neste número os colonos de Jerusalém Oriental).
Em 1947 a população da Cisjordânia era de 400 mil habitantes. Em resultado da primeira guerra israelo-árabe, terminada em 1949, a população árabe que habitava no território que corresponde hoje a Israel fugiu, tendo cerca de 300 mil árabes se fixado na Cisjordânia. Em 1967 ocorreu a Guerra dos Seis Dias, que resultou na ocupação militar de Israel da Cisjordânia, novamente verificou-se um êxodo de árabes (cerca de 380 mil), que foi sobretudo orientado para a Jordânia.
A população árabe é na sua maioria muçulmana sunita, com uma minoria cristã (ortodoxa grega e católica romana). Cerca de 17% da população da Cisjordânia é praticante do judaísmo. Cerca de metade dos habitantes da Cisjordânia têm menos de 15 anos, sendo a esperança média de vida na Cisjordânia de 73,27 anos.
O árabe é a língua mais falada no território, seguido do hebraico, que é falado pela população judaica e falado por muitos árabes. A língua inglesa é entendida e falada por alguns sectores da população.

Educação
As crianças judias dos colonatos são educadas em escolas que seguem o sistema educativo israelita, enquanto que as crianças árabes são educadas de acordo com um sistema desenvolvido pela Autoridade Nacional Palestiniana, que desde 1994, e em resultado dos Acordos de Oslo, tem a educação como sua responsabilidade (entre 1967 e 1994 o currículo estudado pelos alunos árabes era semelhante ao da Jordânia). Algumas organizações cristãs possuem escolas privadas em cidades da Cisjordânia.
Existem hoje em dia 12 universidades palestinianas na Cisjordânia. Algumas são o resultado da evolução de algumas instituições educativas que existiam antes da invasão militar de 1967 e outras surgiram depois desta data. As principais universidades da Cisjordânia são a Universidade de Birzeit (a mais prestigiada), a Universidade de An-Najah (com maior número de alunos, 9500 alunos em 2003/04), a Universidade de Belém (parcialmente financiada pelo Vaticano e da responsabilidade dos Irmãos De La Salle) e a Universidade de Hebrom. A Universidade Aberta Al-Qubs oferece cursos através do método de educação à distância. As universidades foram encerradas por Israel durante a primeira Intifada, retornando gradualmente as suas actividades em 1991.

Religião
Na Cisjordânia encontram-se locais que são sagrados para o judaísmo, o islão e o cristianismo.
Em Hebrom, uma das quatro cidades sagradas para os judeus, encontra-se a Gruta de Macpela, onde se acredita estarem sepultados os três patriarcas, Abrãao, Isaque e Jacob, e as suas esposas, Sara, Rebeca e Léia. O local é venerado por judeus e muçulmanos e sobre este ergue-se a mesquita de Ibrahim (Abrãao).
Em Belém ergue-se a Igreja da Natividade, construída segundo a tradição no local onde Jesus nasceu. Na estrada que liga Belém com Jerusalém encontra-se o Túmulo de Raquel.
Em Jericó destaca-se o Monte da Tentação, identificado como o local onde o Diabo tentou Jesus, oferecendo-lhe todos os reinos do mundo.
Faixa de Gaza é um território situado no Médio Oriente limitado a norte e a leste por Israel e a sul pelo Egipto. É um dos territórios mais densamento povoados do planeta, com 1,4 milhões de habitantes para uma área de 360 km². A designação "Faixa de Gaza" deriva do nome da sua principal cidade, Gaza.
Actualmente a Faixa de Gaza não é reconhecida internacionalmente como pertencente a um país soberano. O espaço aéreo e o acesso marítimo à Faixa de Gaza são actualmente controlados pelo estado de Israel, que ocupou militarmente o território entre Junho de 1967 e Agosto de 2005. A jurisdição é por sua vez exercida pela Autoridade Nacional Palestiniana.
O fim do Império Otomano em 1917, o território que é hoje conhecido como Faixa de Gaza foi concedido à Grã-Bretanha pela Sociedade das Nações sob a forma de mandato sobre a Palestina. Quando em 1947 a Assembleia-Geral das Nações Unidas dividiu a Palestina em dois estados, um judeu e o outro árabe, a área que corresponde à Faixa de Gaza deveria integrar o estado árabe. Porém, o plano seria rejeitado pelos Árabes, dando início à primeira guerra israelo-árabe. A cidade de Gaza foi durante este conflito invadida pelo Egipto e em resultado das lutas com Israel, acabou por definida uma linha de armistício em torno da cidade, que se tornaria a Faixa de Gaza.
Esta faixa de terra foi um dos locais onde se fixaram as populações árabes palestinianas que se tornaram refugiadas em consequência da guerra entre Israel e os paises árabes vizinhos. A Faixa de Gaza esteve sobre controlo egícpio entre 1949 e 1967, excepto no anos de 1956-1957 quando foi tomada por Israel durante a crise do Canal de Suez. O Egipto não considerou os refugiados ali fixados como cidadãos egípcios, embora tenha permitido que estudassem nas suas universidades. Por sua vez, Israel não permitiu o regresso dos refugiados nem os compensou economicamente pela perda das suas terras. Os refugiados palestinianos seriam em larga medida apoiados pelas Nações Unidas, que ali instalou campos de refugiados.
Em 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza em resultado da sua vitória na Guerra dos Seis Dias. Durante a década de setenta e oitenta seriam ali instalados colonatos pelos governos de Israel.
Em Dezembro de 1987 iniciou-se a primeira Intifada, ou levantamento da população palestiniana contra o exército israelita.
Em Setembro de 1993 Israel e representantes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) assinaram os Acordos de Oslo, nos quais se previa a administração por parte dos palestinianos da Faixa de Gaza e de partes da Cisjordânia através de uma entidade política, a Autoridade Nacional Palestiniana.
O Hamas, movimento político de carácter religioso nascido em Gaza em 1982, e a Jihad Islâmica, opuseram-se às negociações com Israel e realizaram a partir de 1995 uma série de ataques terroristas contra a população civil israelita. Estas acções impediram o avanço das negociações entre Israel e a OLP, situação reforçada com a chegada ao poder de Benjamin Netanyahu em 1996, que não concorda com aspectos negociados. O início da Segunda Intifada, em Setembro de 2000, estagnou ainda mais as negociações.
Em 2005 o primeiro-ministro israelita Ariel Sharon conseguiu que o Knesset (parlamento de Israel) aprovasse o plano de retirada unilateral dos 21 colonatos judaicos existentes na Faixa de Gaza, que Sharon apresentou em 2003. A decisão gerou controvérsia, tendo sido constestada pela direita nacionalista e religiosa israelita. O desmantelamento dos colonatos deu-se em menos de um mês, entre 15 de Agosto e 12 de Setembro. Alguns colonos resistiram a retirada, praticando actos de violência contra o exército israelita.
Com a chegada do Hamas ao poder em uma eleição livre e democrática decorrida em Janeiro de 2006, a situação do conflito israelo-palestiniano alterou-se, pois um dos itens da carta de fundação do Hamas é a libertação total da Palestina, incluindo a eliminação do Estado de Israel. Muitos analistas definem que as novas negociações de paz devem começar com a retificação desta carta, como ocorreu com a OLP, enquanto outros definem que esta retificação deve ser o produto final da negociação.
O futuro da Faixa de Gaza permanece incerto, sendo o território visto como eventual parte de um futuro

A criação da Fatah
Após a crise do Suez, Arafat foi viver no Kuwait, onde ele encontrou emprego como engenheiro e acabaria por fundar a sua própria empresa.
No Kuwait ele esteve também envolvido na criação da Fatah, uma organização dedicada ao estabelecimento de um estado palestiniano independente e à destruição de Israel. Em 1963, a Fatah foi contratada pela Síria, para levar a cargo a sua primeira operação militar - fazer explodir uma bomba de água em Dezembro de 1964. O ataque foi um falhanço. No entanto, após a Guerra dos Seis Dias de 1967, os governos árabes ganharam um interesse maior pelas organizações palestinianas, uma das quais a Fatah.

Jordânia
Depois da guerra dos seis dias de 1967, Arafat e a Fatah passam a actuar a partir da Jordânia, lançando ataques terroristas em Israel a partir do outro lado da fronteira e regressando à Jordânia antes que os israelenses pudessem reagir.
Em 1968 a Fatah foi um alvo de um ataque israelense à vila jordana de Karameh, no qual 150 guerrilheiros palestinianos e 29 soldados israelenses foram mortos, sobretudo por forças armadas jordanianas. Apesar do falhanço no terreno, a batalha foi considerada pelos árabes como uma montra para a acção da Fatah porque os israelenses se retiraram e o perfil de Arafat e da Fatah cresceram. Nos finais da década de 1960 a Fatah passou a dominar a OLP e em 1969 Arafat foi nomeado presidente da OLP, substituindo Ahmed Shukairy, originalmente nomeado pela Liga Árabe.
Arafat tornou-se chefe do estado maior (commander in chief) das Forças Revolucionárias Palestinianas dois anos mais tarde e em 1973 o líder político da OLP.
No seguimento da ambição da OLP em transformar a Jordânia num estado palestiniano (com o patrocínio da União Soviética), crescem neste tempo as tensões entre Palestinianos e o Governo da Jordânia, o que culminaria com o sequestro (e subsequente destruição) de quatro aviões pela OLP e na Guerra Civil Jordana de 1970-1971 (em particular com os eventos do Setembro Negro).
Neste conflicto, a monarquia jordana, com a ajuda de Israel, derrotou a OLP e a Síria, que se preparava para invadir a Jordânia em apoio da OLP.

Líbano
Depois desta derrota, Arafat transferiu-se juntamente com a OLP da Jordânia para o Líbano. Dada a fraqueza do governo central libanês, a OLP conseguia operar virtualmente como um estado independente (chamado "Fatahland" pelos israelenses).
A OLP começou então a usar este novo território para lançar ataques de artilharia e infiltrar terroristas contra civis israelenses, por exemplo, para o Massacre do liceu de Maalot de 1974.
Em Setembro de 1972 o grupo Setembro Negro, que é geralmente descrito como uma fachada operacional usada pelo grupo Fatah de Arafat, raptou 11 atletas israelenses durante os Jogos Olímpicos. Um tiroteio com a polícia resultou na morte dos atletas, no que ficou conhecido como o Massacre de Munique. A condenação internacional do ataque fez com que Arafat se distanciasse publicamente de actos similares no futuro; em 1974 Arafat ordenou que a OLP se abstivesse de actos de violência fora de Israel, a Margem Ocidental e a Faixa de Gaza. No mesmo ano, Arafat tornou-se o primeiro representante de uma organização não governamental a discursar numa sessão plenária de uma Assembleia Geral das Naçőes Unidas.
No entanto, críticos afirmam que o afastamento de Arafat do terrorismo foi ilusório. A Fatah continuou a lançar ataques terroristas contra alvos israelenses, para além disso, nos finais da década de 1970 surgiram numerosas organizações esquerdistas palestinianas, alinhadas com a OLP mas supostamente não associadas com ela, que continuaram a atacar quer em Israel quer fora de Israel.
Israelenses afirmam que Arafat era quem detinha o controle último sobre estas organizações e desde logo não abandonou de forma nenhuma o terrorismo como instrumento político.
Em 1974, líderes de estados árabes declararam a OLP como o único representante legítimo de todos os palestinianos. A OLP foi admitida como membro de plenos direitos na Liga Árabe em 1976.
As operações da OLP no Líbano não receberam uma grande cobertura na imprensa. No entanto é certo que a OLP desempenhou um papel importante na tragédia da Guerra Civil Libanesa, e como Cristãos Libaneses alegam, Arafat e a OLP foram responsáveis pelas mortes de dezenas de milhares do seu povo.
Esta situação levou a que Israel se tenha aliado com os cristãos libaneses e conduzido duas grandes operações militares no Líbano, a primeira sendo a Operação Litani (1978), na qual uma estreita faixa terrestre (a zona de segurança) foi capturada e dominada conjuntamente pelas forças de defesa israelenses e o exército sul-libanês. A segunda foi a Operação Paz para a Galileia (1982), na qual Israel ocupou a maior parte do sul do Líbano, tendo recuado de volta à zona de segurança em 1985. Foi durante a segunda destas operações que os guerrilheiros da OLP foram pressionados a abandonar o Líbano. Ao mesmo tempo, entre 800 e 3.500 Palestinianos, na sua maioria civis, foram mortos pelas milícias cristãs libanesas no Massacre de Sabra e Shatila num campo de refugiados, uma medida de retaliação pelo assassinato do líder cristão-libanês recentemente eleito Bachir Gemaye. Este episódio permitiu à OLP profilar-se internacionalmente como vítima. A fraca cobertura internacional da guerra civil libanesa, uma guerra que teve início pouco depois da chegada de Arafat ao Líbano e que fez mais de 40.000 mortos ver resumo aqui, em inglês) (ou aqui), é contrastada pela grande publicidade do Massacre de Sabra e Chatila. Ariel Sharon, o líder militar das forças israelenses no terreno sofreu também internamente a contestação pelo massacre em que ele esteve indirectamente implicado e passou para o segundo plano político por alguns anos.

Tunísia
Em Setembro de 1982, durante a invasão israelenses e sob a influência americana, foi negociado um cessar-fogo o qual permitia a Arafat e à OLP a fuga do Líbano. Arafat e os seus guerrilheiros partiram de barco desde o Líbano para a Tunísia, que permaneceu o centro das operações de Arafat até 1993.
Durante a década de 1980, Arafat recebeu o apoio de Saddam Hussein, o ditador do Iraque, que lhe permitiu reanimar uma OLP seriamente abalada pela derrota militar. Este apoio veio em bom tempo, e coincidiu com o início da Primeira Intifada, que teve lugar em Dezembro de 1987. Dentro de poucas semanas, Arafat estava em controlo dos motins (em contrário das suas afirmações de que o seu início tinha sido espontâneo), e foi sobretudo devido à acção das forças da Fatah na Margem Ocidental que os distúrbios continuaram por tanto tempo.
A 15 de Novembro de 1988, a OLP proclamou o "Estado da Palestina," um governo-no-exílio para os Palestinianos, nos termos da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas (a "oferta de partição de 1947"). Numa comunicação de 13 de Dezembro de 1988, Arafat declarou aceitar a Resolução 242 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, prometeu o futuro reconhecimento de Israel e renunciar ao terrorismo. A 2 de Abril de 1989, Arafat foi eleito pelo Conselho Central do Conselho Nacional Palestino (o corpo governante da OLP) como presidente deste hipotético estado palestiniano.
O comunicado de 13 de Dezembro foi ditado pela administração dos Estados Unidos, ansiosa por iniciar negociações políticas (os Acordo de Paz de Camp David definem o reconhecimento de Israel como um necessário ponto de partida); de qualquer forma, ele indica uma viragem do objectivo tradicional da OLP - a destruição de Israel (tal como na Declaração Nacional Palestiniana) - para o estabelecimento de duas entidades separadas, uma israelense dentro das fronteiras de 1967 e uma Palestiniana na Margem ocidental e na Faixa de Gaza.
Este desenvolvimento permitiu o início de um novo desenvolvimento político. Na conferência de Madrid de 1991, Israel conduziu negociações abertas com a OLP pela primeira vez.
No entanto, o relacionamento com o Iraque tornou-se um problema para Arafat durante a Guerra do Golfo de 1991. Ele foi o único líder árabe a tomar partido pelo Iraque antes da guerra; consequentemente, os Estados Unidos boicotaram-no, o que constituiu um impedimento nas negociações israelo-palestinianas, então em andamento.
No entanto, a crispação americana em breve se atenuou, levando aos Acordo de Paz de Oslo de 1993, que estipulavam a implementação da auto-administração Palestiniana na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza num período de cinco anos. No ano seguinte, numa decisão controversa, Arafat recebeu o Prémio Nobel da Paz, juntamente com Shimon Peres e Yitzhak Rabin. Em 1994, Arafat deslocou-se para a Autoridade Palestiniana (AP) - a entidade provisional criada pelos acordos de Oslo.
A 20 Janeiro de 1996, Arafat foi eleito presidente da AP, com uma maioria esmagadora de 87% (o único outro candidato sendo Samiha Khalil). Observadores independentes internacionais reportaram que as eleições decorreram de forma livre e justa. No entanto, alguns críticos alegam que porque a maioria dos movimentos de oposição não participaram nas eleições e outras irregularidades, as eleições não foram verdadeiramente democráticas.
Novas eleições estavam inicialmente anunciadas para Janeiro de 2002, mas foram depois adiadas, alegadamente por causa da impossibilidade de fazer campanha devido a incursões militares israelenses e restrições da liberdade de movimento nos territórios ocupados.
Desde 1996, o título usado por Arafat como líder da Autoridade Palestiniana é a palavra árabe ra'is (cabeça) cuja tradução para o português é matéria de disputa. Documentos israelenses traduzem normalmente a palavra como "chairman", (presidente de conselho) enquanto documentos palestinianos traduzem-no como "presidente". Os Estados Unidos normalmente seguem a prática israelense, enquanto que as Nações Unidas normalmente seguem a prática palestiniana, que também é usada em Portugal.
Em meados de 1996, após a eleição de Benjamin Netanyahu como Primeiro-Ministro de Israel, as relações Israelo-Palestinianas tornaram-se mais hostis. Benjamin Netanyahu tentou obstruir a transição para o estado palestiniano delineada no acordo OLP-Israel. Em 1998, o Presidente Americano Bill Clinton interveio, arranjando um encontro com os dois líderes. O resultante Memorandum de Wye River de 23 de Outubro de 1998 detalhava os passos a tomar pelo governo israelense e pela OLP para completar o processo de paz.
Arafat continuou as negociações com o sucessor de Netanyahu, Ehud Barak. Em parte devido à sua própria política (Barak pertence ao partido trabalhista, enquanto que Netanyahu ao partido conservador Likud) e parcialmente devido à grande pressão colocada pelo Presidente Americano Bill Clinton, Barak ofereceu a Arafat um Estado Palestiniano na Margem Ocidental (West Bank) e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Leste como capital, um regresso de um número limitado de refugiados e uma compensação para os restantes, mas não estipulando sobre outros assuntos, vistos como vitais no processo. Numa manobra amplamente criticada, Arafat rejeitou a oferta de Barak, e não fez qualquer contra-oferta. Seguindo a uma visita altamente controversa de Ariel Sharon à área delimitada da Mesquita Al-Aqsa e a violência que se seguiu, a chamada Segunda Intifada Palestiniana (ou Intifada Al-Aqsa Intifada) (2000 até hoje) começou.
Falecimento
Mohammad Abdel Rauf Arafa al Quadwa al Husseini, mais conhecido como Yasser Arafat, faleceu dia 11 de Novembro de 2004 às 3h30, aos 75 anos, com falência múltipla dos órgãos, após treze dias internado no hospital militar Percy, em Clamart, a sudoeste de Paris, de acordo com Christian Estripeau, porta-voz do hospital. O falecimento de Arafat, o mais importante líder palestino, marca o fim de uma era de resistência e enfrentamentos com os israelenses para a criação de um Estado palestino no Oriente Médio. Considerado um líder de intenções dúbias pelos israelenses, Arafat não preparou um sucessor e se mostrou relutante em ceder poderes. Arafat afirmava que era o principal empecilho para pôr fim ao conflito israelo-palestino.

Campo de refugiados é o local construído provisoriamente por organizações não-governamentais (ONGs), como a Médicos Sem Fronteiras, para receber refugiados.
Os campos têm a intenção de serem temporários, providenciando o básico necessário para a sobrevivência. São montados com barracas, providenciando locais para dormir, para a higiene pessoal, suprimentos médicos, cominicação, e em alguns casos, alimentação.
No entanto, com o aprofundamento da situação que forçou o deslocamento populacional, seja por uma guerra civil ou outro motivo, poderá fazer com que a manutenção do campo de refugiados por um longo período de tempo se transforme em uma crise humanitária de difícil resolução.
Os dois Acordo de Paz de Camp David, negociados na casa de campo do presidente dos EUA em Maryland (chamada Camp David) e assinados na Casa Branca pelo Presidente Anwar Sadat do Egito e pelo Primeiro-Ministro Menachem Begin, de Israel, em 17 de Setembro de 1978, formam um pactum de contrahendo pelo qual Egito e Israel se comprometiam a negociar em boa fé e a assinar um tratado de paz, conforme os princípios delineados nos Acordo de Paz. O Presidente Jimmy Carter, dos Estados Unidos, foi o patrocinador e anfitrião do encontro, e participou ativamente das negociações.
O Tratado de Paz Israelo-Egípcio foi, de fato, posteriormente celebrado, em 26 de Março de 1979, em Washington, DC.
Os dois Acordos de Paz, A Framework for Peace in the Middle East ("um quadro para a paz no Oriente Médio") e A Framework for the Conclusion of a Peace Treaty between Egypt and Israel ("um quadro para a conclusão de um tratado de paz entre Egito e Israel"), contém disposições sobre como seria encaminhada a questão palestina (os palestinos reivindicam a formação de um Estado próprio em áreas sobre as quais Israel exerce jurisdição) e sobre como seria negociado o tratado de paz israelo-egípcio (local e data das negociações, reconhecimento mútuo, desocupação da Península do Sinai por Israel, limitações militares na fronteira comum, solução pacífica de controvérsias, extinção de boicotes econômicos, direitos de passagem, etc.).
A paz entre os dois países sobreveio após trinta anos de hostilidades, contados desde a fundação do Estado de Israel. Para o Egito, porém, a paz com os israelenses significou o isolamento egípcio da comunidade árabe e muçulmana (inclusive a suspensão do país da Liga Árabe), que perdurou até o fim da década de 1980. Apenas a Jordânia seguiu o exemplo do Egito, celebrando um tratado de paz israelo-jordaniano em 1994. Embora a violência política, o ódio étnico e a instabilidade tenham continuado a marcar a Palestina até os dias de hoje, mesmo avanços parciais e incompletos como a paz com a Jordânia e os Acordo de Paz de Oslo não teriam sido possíveis sem o precedente de Camp David, que demonstrou ao mundo que árabes e israelenses eram capazes de dialogar de maneira positiva.
O Hamas (acrônimo de Harakat al-Muqawamah al-Islamiyyah, ou حركة المقاومة الاسلامام em árabe) é um movimento político Palestino, cuja sigla designa o Movimento de Resistência Islâmica, ou seja, luta contra a existência do Estado de Israel (estado esse criado após a Segunda Guerra Mundial para abrigar judeus).
Criado, em 1987 na cidade de Gaza, a qual situa-se na Faixa de Gaza, preconiza a luta contra Israel, por todos os meios, visando a libertação da Palestina "... desde o Rio Jordão até o mar".
O Hamas é responsável por várias ações armadas e terroristas contra Israel.
Eleições na Palestina
Em 25 de Janeiro de 2006 vence as eleições para o parlamento Palestino derrotando a Fatah, conquistando 74 das 132 cadeiras do parlamento, após a contagem final que ocorreu em 28 de janeiro de 2006. O antigo movimento de luta armada palestino prepara-se então para formar o novo governo, não necessitando, por isso, de coligações.
Formação do governo
No início de fevereiro o Hamas anuncia que vai buscar ajuda de países com política mais à esquerda como o Brasil e a Venezuela. O grupo político mostra que se preocupa em formar um governo que possa ser aceito por outras nações embora tenha dito que não reconhece o estado de Israel
Jihad", palavra da Língua Árabe, significa "exercer esforço máximo", podendo também ser entendida como "luta", mediante vontade pessoal de se buscar e conquistar a "fé perfeita". Ao contrário do que muitos pensam, Jihad não significa "Guerra Santa" nome dado pelos europeus à luta religiosa cristã (por exemplo: Cruzadas), mais guerra legitimada para o Islão. O que segue a Jihad é conhecido como Mujahid.
O Corão não descreve duas formas de Jihad, esto es uma invenção de Al-Ghazali (1058-1111): Uma, a "Jihad Maior", é descrita como uma luta do indivíduo consigo mesmo, pelo domínio da alma; e a outra: a "Jihad Menor", é descrita como um esforço que os muçulmanos fazem para levar a mensagem do Islam aos que não tem ciência da mesma (ou seja, daqueles que não se submetem a Deus e à paz).
Há opiniões divergentes quanto às formas de ação que são consideradas Jihad. A Jihad só pode ser travada para defender o Islão. No entanto, alguns grupos acham que isto tem aplicação não apenas à defesa física dos muçulmanos, mas também à reclamação de terra que em tempos pertenceu a muçulmanos ou a protecção do Islão contra aquilo que eles vêem como influências que "corrompem" a vida muçulmana. A ideia da Jihad como uma guerra violenta é uma idéia criada por Ocidentais. De acordo com as formas comuns do Islão, se uma pessoa morre em Jihad, ela é enviada directamente para o paraíso, sem quaisquer punições pelos seus pecados.
De acordo com o sociólogo sírio-alemão especialista no Islão, ele próprio um muçulmano sunita, Bassam Tibi, o fenómeno do fundamentalismo islâmico é uma forma de oportunismo político de alguns grupos, que se aproveitam da noção de Jihad, desvirtuando o Islão para torná-lo um factor de acção política em proveito próprio.
O Fundamentalismo Islâmico é uma ideologia política e religiosa fundamentalista que sustenta que o Islão (Islã, no Brasil) não é apenas uma religião mas um sistema que também governa os imperativos políticos, económicos e sociais do estado.
Um objectivo crucial do fundamentalismo islâmico é a tomada de controle do Estado por forma a implementar o sistema islamista. A maioria da retórica e literatura islamista compara o islão não com outras religiões mas com outras ideologias, tais como o Nacional-socialismo, Comunismo, Fascismo, etc.
No seguimento dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, o fundamentalismo islâmico e outros movimentos políticos inspirados pelo Islão ganharam uma crescente atenção por parte dos meios de comunicação ocidentais. A mídia confunde muitas vezes o termo "fundamentalismo islâmico" com outros termos relacionados tais como Islão, islamismo, Islão militante e Wahabismo. Apesar de organizações e pessoas que os representam não serem mutualmente exclusivos, em termos mais estritos cada termo tem uma definição distinta. Alguns grupos islamistas estiveram implicados no terrorismo e tornaram-se alvos da Guerra ao Terrorismo.
Islamofascismo é um termo pejorativo associado.
História do Fundamentalismo Islâmico
Os movimentos fundamentalistas islâmicos desenvolveram-se durante o século XX em reacção a vários acontecimentos. Depois da Primeira Guerra Mundial, a dissolução do Império Otomano e do Califado de Mustafá Kemal Ataturk (fundador da Turquia), alguns muçulmanos sentiram a sua identidade religiosa ameaçada pela influência das ideias ocidentais, como consequência do domínio económico e militar dos países ocidentais. Durante a década de 1960, a ideologia predominante no mundo árabe era o Pan-arabismo que punha menor ênfase na religião e se empenhava na criação de um estado secular socialista, inspirado mais no nacionalismo árabe que no Islão. Uma das figuras de proa desta ideologia foi o sírio Michel Aflaq, o fundador do partido Baath, que estudou na Sorbonne nos anos 30, tempos das lutas ideologicas na Europa. Ficou fascinado pelo regime Nazi, o pan-germanismo de Hitler. Ele cunhou como poucos a ideologia do Pan-arabismo, que pretende a união dos países de língua árabe sob um comando único.
Vários governos baseados no nacionalismo árabe debateram-se muitas vezes com problemas de estagnação económica e conflitos sociais. Alguns muçulmanos culpam os males das suas sociedades no influxo de ideias "estrangeiras". Um regresso aos princípios do Islão é percepcionado por eles como a cura natural. Um tema islamista persistente é que os muçulmanos são perseguidos pelo ocidente e outros estrangeiros. Neste fundo geral, as ideias fundamentalistas desenvolveram-se em diferentes cenários.
História do conflito
O conflito Israelo-Árabe
O estabelecimento sionista deste país [Israel], que começou nos finais do século XIX, criou, de facto, um conflito entre judeus e árabes. O número de mortos resultantes de confrontos vários até ao estabelecimento do Estado de Israel não foi mais de uns poucos milhares, tanto judeus como árabes. A maior parte dos árabes mortos durante esses anos foram-no em lutas armadas entre os próprios árabes; como, por exemplo, durante a Grande Insurreição Árabe de 1936-1939. Era um sinal do que estava para vir. Muitos outros foram mortos em resultado da mão pesada do Mandato Britânico. Israel nunca fez nada comparável.A guerra de Independência de Israel [ver 1948 Arab-Israeli War - Wikipedia], também conhecida com a Guerra de 48, fez entre 5.000 a 15.000 mortos entre palestinianos e cidadãos de países árabes. Nesta guerra, tal como em qualquer outra guerra, houve atrocidades. Os agressores declararam o seu objectivo de forma clara, e caso tivessem vencido o mundo teria assistido ao extermínio em massa de judeus. Do lado de Israel houve também actos de barbárie, mas estes situaram-se sempre na margem das margens. Menos, muito menos do que em qualquer outra guerra dos tempos modernos. Muito menos do que continua a ser perpetrado diariamente, por muçulmanos maioritariamente contra outros muçulmanos, no Iraque e no Sudão.O evento seguinte foi a Guerra do Sinal de 1956 [ver Suez Crisis - Wikipedia]. Cerca de 1.650 egípcios foram mortos por tropas de Israel, França e Reino Unido.Depois veio a Guerra dos Seis Dias (1967) [ver Six-Day War]. As mais elevadas estimativas apontam para 21 mil árabes mortos em três frentes – Egipto, Síria e Jordânia.A Guerra do Yom Kippur (1973) [ver Yom Kippur War - Wikipedia] resultou em 8.500 árabes mortos, desta vez em duas frentes – Egipto e Síria.Houve também guerras mais “pequenas”: a primeira Guerra do Líbano, que inicialmente fora apenas contra a OLP e não contra o Líbano. Esta foi uma guerra dentro de outra guerra. Estes foram os anos da sangrenta guerra civil libanesa, uma guerra que discutiremos mais à frente. Tal como a segunda guerra do Líbano, na qual perderam a vida cerca de um milhar de libaneses.Milhares de palestinianos foram mortos durante a ocupação israelita dos territórios, que foi iniciada no final da Guerra dos Seis Dias. A maioria das baixas registaram-se durante as duas Intifadas, aquela que começou em 1987 que resultou em 1.800 palestinianos mortos, e a iniciada em 2000, com 3.700 mortos palestinianos. Entre estes conflitos houve mais acções militares que causaram fatalidades entre a população árabe. Se exagerarmos podemos dizer que mais umas poucas centenas de pessoas foram mortas. Não centenas de milhar. Não milhões.A contagem total dá cerca de 60 mil árabes mortos no quadro do conflito Israelo-Árabe. Entre eles, alguns milhares de palestinianos, apesar de ser por causa deles, e só por eles, que Israel é o alvo da ira mundial. Todas as mortes são absolutamente lamentáveis. É perfeitamente aceitável e perfeitamente normal criticar Israel. Mas a censura obsessiva enfatiza um facto ainda mais espantoso: o silêncio do mundo, ou pelo menos o seu silêncio relativo, face ao extermínio sistemático de milhões de outros perpetrado por regimes árabes e muçulmanos.
O preço do sangue dos muçulmanos
Daqui para a frente temos de colocar outra questão: Quantos árabes e muçulmanos foram mortos durante os mesmos anos por outros países, pela França e pela Rússia, por exemplo, e quantos árabes, muçulmanos e outros foram mortos durante esses mesmos anos por árabes e muçulmanos? A informação aqui coligida é baseada em várias fontes, de institutos e instituições académicas a organizações internacionais (como a Amnistia Internacional e outras dedicadas à salvaguarda dos direitos humanos), das Nações Unidas e de organizações governamentais.Em alguns casos várias organizações apresentam números diferentes e contraditórios. As diferenças por vezes chegam às centenas de milhar e mesmo milhões. Provavelmente nunca saberemos os números exactos. Mas mesmos os mais baixos números aceites e estabelecidos, que são a base dos parágrafos que se seguem, apresentam um quadro simultaneamente chocante e assustador.
Argélia: Poucos anos depois do estabelecimento do Estado de Israel, deflagrou outra guerra de independência. Desta vez foi a Argélia contra a França, entre os anos de 1954 e 1962. O número de vítimas do lado muçulmano é ainda tema de uma acesa controvérsia. Segundo as fontes oficiais argelinas é superior a um milhão. Há investigadores no Ocidente que aceitam este número. Fontes francesas afirmaram no passado que morreram apenas 250 mil muçulmanos, com baixas adicionais de mais 100 mil entre os muçulmanos que colaboravam com os franceses. Mas estas estimativas são consideradas tendenciosas e baixas. Hoje em dia poucos questionam que os franceses mataram perto de 600 mil muçulmanos. E estes são os mesmos franceses que não cessam de pregar contra Israel; Israel que durante toda a história do conflito com os árabes nem chegou a um décimo desse número e, mesmo assim, apenas contando com as estimativas mais severas.O massacre na Argélia continua. A Frente Islâmica de Salvação (FIS) venceu as eleições de 1991. Os resultados eleitorais foram cancelados pelo exército. Desde então o país tem vivido uma sangrenta guerra civil, entre o governo central, apoiado pelas forças armadas, e movimentos islâmicos. Segundo várias estimativas, a guerra civil argelina fez mais de 100 mil vítimas mortais. A maioria das quais têm sido civis inocentes. Grande parte das mortes têm ocorrido em massacres horrendos de aldeia inteiras, incluindo mulheres, crianças e velhos.Sumário: 500.000 a um milhão de mortos durante a guerra de independência; 100.000 na guerra civil desde 1992.
Sudão: Um país destroçado por campanhas de destruição, quase todas entre os árabes muçulmanos do norte, que controlam o país, e o sul, onde a população é negra. Este país teve duas guerras civis, e nos últimos anos tem-se assistido a um massacre continuado, com o patrocínio do governo, na província de Darfur. A primeira guerra civil estendeu-se de 1955 a 1972. Estimativas moderadas apontam para 500.000 vítimas mortais. Em 1983 começou a chamada segunda guerra civil. Não foi bem uma guerra civil, mas sim o massacre sistemático definido como genocídio. Os objectivos eram a islamização, a arabização e a deportação em massa que ocasionalmente se tornou massacre, também pela necessidade de controlar enormes campos de petróleo. Estamos a falar de quase dois milhões de mortos.A divisão entre vítimas muçulmanas e não-muçulmanas não é clara. A região de Noba, povoada maioritariamente por muçulmanos negros, foi um dos principais palcos dos horrores. Os negros, mesmo que sejam muçulmanos, não têm a vida nada facilitada. Desde a ascensão ao poder dos radicais islâmicos, sob a liderança do Dr. Hassan Thorabi, a situação tem piorado. Esta é provavelmente a pior serie de crimes contra a humanidade desde a Segunda Guerra Mundial – limpeza étnica, deportações, massacres em massa, escravatura, violação sistemática de mulheres, aplicação forçada das leis islâmicas, crianças retiradas aos seus pais. Milhões de sudaneses tornaram-se refugiados. Tanto quanto saiba, não há milhões de publicações a exigir o “direito de retorno” dos sudaneses e não há nenhuma petição de intelectuais a negar o direito do Sudão existir.Nos últimos anos começou-se a falar de Darfur. Muçulmanos árabes têm massacrado muçulmanos e animistas. Os números são pouco claros. Estimativas moderadas falam em 200 mil vítimas mortais do conflito, outras apontam para 600 mil. Ninguém sabe ao certo. E os massacres prosseguem.Sumário: entre 2.600.00 a 3.000.000 de mortos.
Afeganistão: Este país é uma teia de massacres – domésticos e externos. A invasão soviética, que começou a 24 de Dezembro de 1979 e terminou a 2 de Fevereiro de 1989, deixou pelo caminho cerca de um milhão de mortos. Outras estimativas falam em milhão e meio de civis mortos, mais 90 mil soldados.Depois da retirada das forças soviéticas, o Afeganistão enfrentou uma série de guerras civis entre apoiantes soviéticos, os mojahidin e os taliban. Cada um dos grupos defendia e praticava uma doutrina de extermínio do adversário. A soma das fatalidades da guerra civil, até à invasão das forças da coligação internacional lideradas pelos Estados Unidos em 2001, é de cerca de um milhão.Há quem lamente, e com razão, a carnificina que teve lugar em resultado da ofensiva para derrubar o regime taliban e como parte da luta armada contra a al-Qaeda. Bem, a invasão do Afeganistão provocou um número relativamente limitado de vítimas, menos de 10 mil. Se esta não tivesse ocorrido assistiríamos à continuação do auto-imposto genocídio, à razão de 100 mil mortos por ano.Sumário: De 1.000.000 a 1.500.000 mortos durante a invasão soviética; cerca 1.000.000 mortos na guerra civil.
Somália: Desde 1977 que este Estado muçulmano da África Oriental tem permanecido submerso numa interminável guerra civil. O número de vítimas é estimado em 550 mil. São muçulmanos a matar outros muçulmanos. As Nações Unidas tentaram intervir com missões de manutenção de paz que redundaram em fracasso, tal como fracassaram tentativas posteriores das forças americanas.A maioria das vítimas não morre em campos de batalha, mas em resultado de privação deliberada de alimentos, massacres de civis, bombardeamentos intencionais de populações civis (como os bombardeamentos de Somaliland, que provocaram mais de 50 mil mortos).Sumário: 400.000 a 550.000 mortos.
Bangladesh: Este país aspirou a tornar-se independente do Paquistão. O Paquistão reagiu com uma invasão militar que provocou uma destruição em massa. Não foi uma guerra, foi um massacre. Entre um a dois milhões de pessoas foram sistematicamente liquidadas em 1971. Alguns investigadores definem os eventos desse ano no Bangladesh como um dos três grandes genocídios da história (depois do Holocausto e do Ruanda).Uma comissão de inquérito nomeada pelo governo do Bangladesh contou 1.247.000 fatalidades como resultado do massacre sistemático de civis pelo exército paquistanês. Há igualmente inúmeros relatos de “esquadrões da morte”, onde soldados muçulmanos eram enviados para executar assassínios em massa de agricultores muçulmanos.O exército paquistanês cessou as hostilidades apenas depois da intervenção da Índia, que sofrera um influxo de milhões de refugiados do Bangladesh. Mais de 150.000 mil pessoas foram mortas em actos de retaliação após a retirada do Paquistão.Sumário: 1.400.000 a 2.000.000 mortos
Indonésia: O maior Estado muçulmano do mundo compete com o Bangladesh e o Ruanda para o questionável título de “maior genocídio desde o Holocausto”. O massacre teve início com a revolta comunista de 1965. Há diferentes estimativas em relação ao número de fatalidades também neste caso. As mais aceites apontam para 400.000 indonésios mortos entre 1965 e 1966, apesar de estimativas mais rígidas falarem em números muito mais elevados.Os massacres foram perpetrados pelo exército, liderado por Hag’i Mohammed Soharto, que subiu ao poder e controlaria o país durante os 32 anos seguintes. Um investigador escreveu que a pessoa encarregue de reprimir a rebelião, o general Srv Adei, admitiu: “Matámos 2 milhões, não um milhão, e fizemos um bom trabalho.” Mas para esta discussão vamos cingir-nos às estimativas mais baixas.Em 1975, depois do fim do domínio português, Timor Leste declarou a independência. Pouco tempo depois, Timor foi invadido pela Indonésia, que dominou o território com mão de ferro até 1999. Durante este período, entre 100.000 a 200.000 pessoas foram mortas.Sumário: 400.000 mortos, mais de 100.000 a 200.000 em Timor Leste.
Iraque: A esmagadora maioria da destruição ocorrida nas últimas duas décadas foi obra de Saddam Hussein. Este é outro exemplo de um regime que matou milhões de pessoas. Um dos seus pontos altos foi durante a guerra Irão-Iraque, no conflito sobre o Shat El Arab, o rio criado pela convergência do Tigre e do Eufrates.Este foi um conflito que não levou a mais nada que não destruição em larga escala e mortes em massa. As estimativas apontam entre 450.000 e 650.000 mortos do lado iraquiano, e entre 450.000 a 950.000 mortos iranianos. Judeus, israelitas e sionistas não estavam por perto, tanto quanto sei.Vagas de purgas, algumas motivadas politicamente (contra a oposição), outras étnicas (contra a minoria curda) e algumas motivadas pela religião (a minoria sunita no poder contra a maioria xiita), provocaram um número impressionante de vítimas. Estimativas variam entre um milhão, segundo fontes locais, e 250.000, segundo a Human Rights Watch. Outras organizações internacionais apontam para 500.000 mortos.Em 1991 e 1992 houve uma rebelião xiita no Iraque. Há, também aqui, estimativas contraditórias quanto ao número de vítimas, variando entre 40.000 e 200.000. Aos iraquianos mortos devem juntar-se também os curdos. Durante o consulado de Saddam Hussein, entre 200.000 a 300.000 curdos foram mortos num genocídio que prosseguiu nos anos 80 e 90.Com as sanções impostas ao Iraque no seguimento da Guerra do Golfo, mais de meio milhão de iraquianos morreram de doenças resultantes da falta de medicamentos. Hoje é claro que esta foi uma continuação do genocídio perpetrado por Saddam contra o seu próprio povo. Ele podia ter suprido as necessidades de medicamentos, mas Saddam Hussein preferiu construir palácios e comprar influências no Ocidente e no mundo árabe. Tudo isto tem vindo a público na sequência das investigações à corrupção no programa “Oil for Food” da ONU.Os iraquianos continuam a sofrer. A guerra civil devasta hoje o país – ainda que alguns recusem dar este nome ao massacre mútuo de sunitas e xiitas –, custando dezenas de milhares de vidas. Estima-se que cerca de 100.000 pessoas tenham morrido desde a invasão do Iraque.Sumário Iraque: entre 1.540.000 a 2.000.000 de mortosSumário Irão: entre 450.000 a 970.000
Líbano: A guerra civil libanesa aconteceu entre 1975 e 1990. Israel esteve envolvida em algumas das suas fases, naquela que é agora conhecida como a primeira Guerra do Líbano, em 1982. Os especialistas concordam que a grande maioria das vítimas foram mortas durante os primeiros dois anos da guerra civil (1975/1976).As estimativas geralmente aceites apontam para cerca de 130.000 mortos. Libaneses matando outros libaneses por razões étnicas e religiosas, e em ligação com o envolvimento da Síria. Damasco transferiu apoios entre as várias facções beligerantes. As mais elevadas projecções defendem que Israel foi responsável pela morte de 18.000 pessoas, a vasta maioria das quais combatentes.Sumário: 130.000 mortos
Yémen: Na guerra civil yemanita, entre 1962 e 1970, com envolvimento do Egipto e da Arábia Saudita, entre 100.000 a 150.000 foram mortos. O Egipto cometeu crimes de guerra ao utilizar armas químicas no conflito. Motins no país entre 1984 e 1986 provocaram a morte a outros milhares de pessoas.Sumário: entre 100.000 a 150.000 mortos.
Chechnya: A rejeição russa das pretensões independentistas da República Chechena, conduziram à primeira Guerra da Chechnya, entre 1994 e 1996. Nesta guerra perderam a vida entre 50 mil a 200 mil chechenos.A Rússia investiu bastante neste conflito, mas falhou miseravelmente. Isto não ajudou os chechenos – alcançaram a autonomia, mas a república estava completamente em ruínas.A segunda Guerra da Chechnya começa em 1999 e acaba oficialmente em 2001, apesar de na realidade não ter ainda terminado, gerando entre 30 mil a 100 mil vítimas mortais.Sumário: entre 80.000 a 300.000 mortos.
Da Jordânia ao Zanzibar: A juntar a todas estas guerras e massacres houve ainda confrontos de menor dimensão que custaram a vida a dezenas de milhares de pessoas – árabes e muçulmanos mortos por árabes e muçulmanos. Estes conflitos não entram nas tabelas destas páginas porque o número de vítimas é pequeno, em termos relativos, ainda que seja significativamente mais elevado que o número de vítimas do conflito Israelo-Árabe. Aqui ficam alguns deles:
Jordânia: Em 1970 e 1971 ocorrem no reino Hashemita da Jordânia os confrontos que ficariam conhecidos como Setembro Negro. O confronto foi desencadeado pelo rei Hussein, farto da forma como os palestinianos usavam o país e ameaçavam tomar o poder pela força das armas. Nos confrontos, essencialmente massacres em campos de refugiados, milhares de pessoas perderam a vida. Segundo os próprios palestinianos morreram entre 10.000 a 25.000.
Chade: Metade da população do Chade é muçulmana; mais de 30.000 civis perderam a vida em várias guerras.
Kosovo: Nesta região maioritariamente muçulmana da Jugoslávia cerca de 10.000 pessoas foram mortas entre 1998 e 2000.
Tadjiquistão: A guerra civil, ocorrida entre 1992 e 1996, deixou sem vida cerca de 50.000 pessoas.
Síria: A perseguição sistemática da Irmandade Muçulmana pelo regime de Hafez Assad terminou com o massacre da cidade de Hama, em 1982, custando a vida a 20.000 pessoas.
Irão: Milhares de pessoas foram mortas no início da Revolução do Ayatollah Ruhollah Khomeini. O número exacto é desconhecido, mas situa-se entre os milhares e as dezenas de milhar. Os curdos sofreram também a sua quota parte de morticínio às mãos do regime saído da revolução de 1979, com mais de 10.000 pessoas chacinadas.
Turquia: Cerca de 20.000 curdos foram mortos na Turquia na sequência de um conflito que ainda hoje se mantém.
Zanzibar: No início da década de 1960 a ilha ganhou independência da Tanzânia, mas apenas por um curto período. Inicialmente, os árabes tomaram o poder, mas um grupo de muçulmanos negros massacrou os árabes em 1964. As estimativas apontam entre 5.000 a 17.000 mortos em resultado deste conflito.
Mesmo assim, esta lista não termina aqui. Houve mais conflitos com um número desconhecido de vítimas nas antigas repúblicas soviéticas onde a população muçulmana era a maioria (como a guerra entre o Azerbaijão e a Arménia por causa de Nagurno Karabach), e um número discutível de muçulmanos mortos em países com populações mistas em África, tal como a Nigéria, a Mauritânia ou o Uganda – nos anos em que Idi Amin dominou o Uganda, na década de 70, cerca de 300.000 pessoas foram chacinadas. Idi Amin era muçulmano mas, em contraste com o Sudão, é difícil afirmar que o enquadramento dos massacres tinha algo a ver com a religião.
O conflito Israelo-Palestiniano
A tudo o que está acima podem juntar-se mais estes dados: a esmagadora maioria dos árabes mortos no quadro do conflito Israelo-Palestiniano foram-no em resultado de guerras instigadas pelos árabes em virtude da sua recusa em reconhecer a decisão da ONU quanto ao estabelecimento do Estado de Israel, e da sua recusa em reconhecer o direito dos judeus à autodeterminação.O número de israelitas mortos pelos árabes tem sido relativamente menor do que o número de árabes mortos pelos israelitas. Na Guerra da Independência, por exemplo, 6.000 israelitas foram mortos entre uma população total de 600.000. Isto representa um porcento da população. Em comparação, as baixas árabes da guerra contra Israel vieram de sete países, com uma população global de largas dezenas de milhões de pessoas. Israel nunca sonhou, não pensou nem nunca quis destruir nenhum estado árabe. Mas o objectivo declarado dos exércitos atacantes era “aniquilar a entidade judaica.”Obviamente, nos últimos tempos, as vítimas palestinianas têm recebido uma grande atenção dos media e dos meios académicos. Na verdade, estas compõem uma pequena percentagem da soma total das vítimas. A soma total dos palestinianos mortos por Israel nos territórios ocupados é na ordem dos milhares: 1378 mortos durante a primeira intifada e 3.700 durante a segunda intifada.Menos, por exemplo, do que o número de vítimas muçulmanas massacradas pelo antigo presidente sírio Hafez Assad em Hama em 1982 (20.000). Menos do que o número de palestinianos massacrados pelo rei Hussein na Jordânia em 1971 (entre 10.000 a 25.000). Menos do que o número de pessoas mortas pelos sérvios num único massacre de muçulmanos bósnios em Srebrenica em 1991 (8.000).A morte de uma única pessoa é absolutamente lamentável, mas não há libelo fraudulento maior do que chamar “genocídio” aos actos de Israel. Mesmo assim, fazendo uma busca das palavras “Israel” e “genocídio” no Google encontram-se 13.600.000 referências. Experimentem escrever “Sudão” e “genocídio” e terão menos de 9 milhões de resultados. Estes números, se quiserem, são a essência da grande fraude.
A ocupação não é iluminada, mas não é brutal
Outro facto: Desde a Segunda Guerra Mundial, o conflito Israelo-Palestiniano é o conflito nacional com o menor número de vítimas, mas com o maior número de publicações hostis a Israel nos media e nos meios académicos.Pelo menos meio milhão de argelinos morreram durante a ocupação francesa. Um milhão de afegãos perderam a vida no decurso da ocupação soviética. Milhões de muçulmanos e árabes foram chacinados às mãos de outros muçulmanos e árabes. Mas a única história que o mundo reconhece é a de Mohammed al-Dura (cuja morte é perfeitamente lamentável, mas que ao mesmo tempo é duvidoso que ele tenha sido morto por soldados israelitas).É possível e perfeitamente aceitável criticar Israel. Mas a excessiva, obsessiva, e por vezes antisemita crítica serve também para cobrir, e em alguns casos mesmo aprovar, o genocídio de milhões de outros.A ocupação não é iluminada e nunca poderá ser iluminada. Mas se tentarmos criar uma escala de “ocupações brutais”, Israel ficará em último. Isto é um facto. Não é uma opinião.O que aconteceria aos palestinianos se, em vez de estarem sob ocupação israelita, fossem ocupados pelos iraquianos? Ou pelos sudaneses? Ou mesmo pelos franceses ou pelos russos? É muito provável que tivessem sido vítimas de genocídio, na pior das hipóteses, ou de massacres em massa, purgas e deportações, na melhor das hipóteses.Mesmo que, e repito, não existam ocupações iluminadas, e se é aceitável e possível, e por vezes absolutamente necessário, criticar Israel, não há nem nunca houve uma ocupação com tão poucas baixas (na verdade há outras questões que não se manifestam no número de baixas, como o problema dos refugiados, que discutirei num capítulo separado).
A moralidade do ecrã de televisão
Então por que razão é a percepção do mundo exactamente o oposto? Porque razão não existe uma ligação entre os factos e os números e a muito demoníaca imagem de Israel no mundo?Há muitas respostas possíveis. Uma delas é que a moral do Ocidente tornou-se a moralidade das câmaras de televisão. Se um terrorista palestiniano ou do Hezbollah lançar um míssil por entre habitações civis, e Israel retaliar – causando, imagine-se, a morte de duas crianças –, haverá inúmeras manchetes e artigos por todo o mundo clamando que “Israel assassina crianças”. Mas se aldeias inteiras são destruídas no Sudão, ou se cidades inteiras forem arrasadas na Síria, não haverá câmaras de televisão na zona.E assim, de acordo com a moralidade televisiva, José Saramago e Harold Pinter assinarão uma petição protestando contra o “genocídio” e os “crimes de guerra” perpetrados por Israel. Provavelmente eles não sabem que, com algumas excepções, os actos de Israel contra alvos militares que atingem civis são permitidos de acordo com as Convenções de Genebra (protocolo 1, parágrafo 52.2). E porque estão tão submersos na moralidade das câmaras de televisão, nunca assinarão uma petição em protesto contra o genocídio de muçulmanos perpetrado por muçulmanos. O assassínio pelo assassínio.A moralidade televisiva é uma tragédia para os próprios árabes e muçulmanos. Israel paga caro por causa dela, mas os árabes e muçulmanos são as suas vítimas reais. E enquanto prosseguir a moralidade do ecrã, os árabes e muçulmanos continuarão a pagar o preço.
PS.. parece muita coisa, mas basta compreenderem o sumo da questão, o resto é só para servir de consulta a quem quiser conhecer melhor o problema……… boa frequência para todos…